Sem acordo, Câmara deve apenas votar MPs hoje

Por DENISE MADUEÑO
Atualização:

Sem acordo entre oposição e governo, o plenário da Câmara, reunido em sessão no início da tarde, deverá votar apenas medidas provisórias (MPs) que estão trancando a pauta. Os partidos de oposição estão obstruindo a sessão para pressionar o governo a retirar o regime de urgência do projeto que cria o Fundo Soberano. O projeto tem preferência de votação após as medidas provisórias. O governo, no entanto, não concorda em retirar essa urgência. Mesmo assim, o projeto só será votado em outubro, depois das eleições. O PSDB, com a obstrução, também pressiona para uma apuração do suposto grampo no telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que também teria atingido senadores. O deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) criticou a declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Felix, de que "não abrir a boca" é a única forma eficaz de não ser grampeado, e defendeu a suspensão das votações até que o governo apresente uma solução do episódio. "Essa declaração não coaduna com o Estado de Direito. Não devemos deliberar até uma solução do governo federal", disse o tucano. Quatro medidas provisórias estão na pauta, mas a base ainda busca entendimento sobre uma delas: a que trata da incidência de impostos sobre a venda de refrigerantes. A expectativa é que sejam votadas apenas duas MPs. Elas perderão a validade nas próximas semanas e precisam ser votadas hoje. A partir de amanhã, a Câmara entrará em recesso branco até as eleições de 5 de outubro. Até lá, não deverão ser marcadas votações, permitindo que os parlamentares se dediquem às campanhas eleitorais. A primeira MP que deve ser votada hoje é a que trata do fundo de garantia para a construção naval. Ela foi alterada no Senado e voltou à Câmara para nova votação pelos deputados. A MP perde a validade no próximo dia 23. A segunda medida provisória isenta a importação e comercialização da farinha de trigo para o pão. Se não for votada, ela perderá a validade no dia 8 de outubro.

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