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Seguro de equipamentos sobe após acidente da P-36

Por Agencia Estado
Atualização:

O custo de contratação de seguro contra perda de equipamentos em plataformas, refinarias, dutos e terminais da Petrobras subiu quase 500% depois dos recentes acidentes registrados pela empresa, incluindo o naufrágio da P-36, há duas semanas. Nesta quarta-feira foram entregues as propostas para renovação das apólices. O menor prêmio, oferecido por um consórcio liderado pela Bradesco Seguros, que venceu a licitação, foi de US$ 48.801.542,26. No ano passado, para a mesma cobertura, o prêmio inicial era de US$ 7,5 milhões. Depois, com acréscimo de novos bens patrimoniais ao contrato - como a inclusão da P-36, que começou a operar em abril - o valor subiu para cerca de US$ 10 milhões. "Já esperávamos um aumento, mas não tanto", surpreendeu-se o gerente de Seguros da Petrobras, Luiz Octavio de Mello. O diretor da Bradesco Antonio Gonzalez comentou que o afundamento da P-36 contribuiu para o aumento, mas lembrou que o último ano foi marcado por sinistros no setor de petróleo em todo o mundo. "O preço internacional aumentou mesmo", disse. A indenização pela perda da P-36, a maior plataforma do tipo semi-submersível do mundo, de US$ 500 milhões (mais de R$ 1 bilhão) é também a mais elevada do último ano. Maior até do que a destruição de uma refinaria no Kuwait, apontado como um dos últimos grandes acidentes petrolíferos. Segundo Gustavo Tardin, gerente executivo de Planejamento Financeiro da Petrobras, o dinheiro da indenização deve ser liberado dentro dos próximos quatro meses. O patrimônio segurado este ano é de US$ 20,9 bilhões, basicamente o mesmo do ano passado. Somados aos bens de outras apólices, como navios, transporte de carga e carga exportada, o valor total segurado chega a cerca de US$ 32 bilhões. A Petrobras, que é obrigada a segurar seus bens em empresas nacionais, enviou cartas-convite para nove companhias. Uma declinou do convite, outra não apresentou proposta, seis uniram-se no consórcio liderado pela Bradesco e houve apenas mais uma candidata, a Sul América, que entregou um envelope com a proposta na mesma ordem de grandeza do consórcio vencedor, US$ 50.786.188,96. A Bradesco Seguros participa com 40% no consórcio formado também pelo Itaú (30%), Unibanco (12%), AGF (8%), Tóquio Marine (8%) e Generali (2%). Apesar dos percentuais, estas seguradoras não arcam com o custo total. Devido ao montante elevado elas recorrem a resseguradoras (uma espécie de seguradora das seguradoras, que assumem a maior parte do risco em apólices de grande vulto). Historicamente, as seguradoras nacionais assumem apenas a parcela de 1% do seguro. O restante é entregue a seguradoras e resseguradoras estrangeiras. O consórcio vencedor enviará o pedido de resseguro ao IRB Brasil-Re, que detém o monopólio no Brasil, que deverá abrir a proposta para resseguradoras internacionais.

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