26 de março de 2018 | 15h13
FRANCISCO BELTRÃO (PR) - Um integrante da equipe de segurança da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agrediu nesta segunda-feira, 26, um repórter do jornal O Globo na cidade paranaense de Francisco Beltrão. O jornalista Sérgio Roxo filmava a abordagem de dois homens ligados à caravana petista a um carro de manifestantes quando um dos seguranças o agrediu com um soco no lado esquerdo do rosto. Dois homens do Exército que fazem a escolta pessoal do ex-presidente afastaram o agressor, que não foi identificado.
O ataque ao repórter ocorreu no acesso ao aeroporto de Francisco Beltrão, onde o ex-presidente havia acabado de embarcar rumo a Foz do Iguaçu (PR). Pouco antes da agressão, o mesmo segurança havia abordado um carro de um dos manifestantes e retirou o motorista do veículo agressivamente com tapas e empurrões. No veículo, foram encontrados quatro pneus e uma garrafa de óleo diesel.
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Entidades de classe que representam jornalistas e os principais veículos de imprensa classificaram a agressão ao repórter como um “atentado à liberdade de expressão” e pediram a punição do agressor. Questionada sobre a agressão, a assessoria do ex-presidente informou que Lula repudia qualquer ato de violência e que vai apurar o ocorrido. O Instituto Lula condenou o fato.
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A passagem de Lula pelo Sul do País tem sido marcada por manifestações contrárias, às vezes violentas, e tentativas de bloqueio à comitiva petista. Em São Miguel do Oeste (SC), anteontem, manifestantes lançaram ovos contra o palco onde estava o ex-presidente que, protegido por guarda-chuvas, não foi atingido. Em Bagé, no dia 19, um militante petista foi agredido por um chicote.
Na passagem por Chapecó, no sábado passado, o ex-deputado Paulo Frateschi recebeu um soco de um homem que estava com uma pedra na mão e precisou tomar pontos na cabeça.
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Dezenas de pessoas usaram carros e caminhões para fechar o trânsito nas duas entradas de Francisco Beltrão ainda no início da manhã. A comitiva do ex-presidente pernoitou em São Miguel do Oeste (SC), de onde saiu com mais de uma hora de atraso devido a duas entrevistas concedidas por Lula, a uma rádio de Curitiba e uma TV da Argentina.
Alertados sobre o bloqueio, os organizadores da caravana fizeram uma parada não planejada de quase uma hora poucos quilômetros depois da divisa entre Santa Catarina e Paraná. A imprensa foi impedida de chegar perto do ônibus do ex-presidente. Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foram transferidos para um carro de passeio que os levou até a praça central de Francisco Beltrão, onde participaram de um ato em defesa da reforma agrária.
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Lula pernoitou anteontem em São Miguel do Oeste (SC), e seguiu de ônibus para Francisco Beltrão. Antes de chegar à cidade paranaense, no entanto, enfrentou mais protestos. No início da manhã, dezenas de pessoas usaram carros e caminhões para fechar o trânsito nas estradas que dão acesso ao município.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência disse que “as palavras, o itinerário e o calendário usados pelo PT nessa caravana revelam uma velha estratégia do partido: criar baderna para confundir, jogar brasileiros contra brasileiros para dividir e afrontar o Poder Judiciário”. “Tudo para buscar a impunidade”, completou.
A presidente cassada Dilma Rousseff afirmou em entrevista a correspondentes estrangeiros que as agressões à comitiva partiram de “milícias armadas”. “Os milicianos, muitas vezes, atuaram com a conivência das forças de segurança estaduais”, acusou
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