29 de outubro de 2015 | 18h08
Brasília - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, admitiu que membros do Diretório Nacional propuseram, durante reunião nesta quinta-feira, 29, que o partido apresentasse representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa. Segundo ele, a direção da sigla, contudo, achou "desnecessário", pois já havia uma representação apresentada pelo PSOL e Rede, que deputados petistas assinaram, embora o PT não tenha apoiado como partido.
Questionado se a legenda, então, vai defender o afastamento de Cunha da presidência da Câmara, Falcão se esquivou. "Se nem o Ministério Público tem toda a documentação necessária para pedir o afastamento, não somos nós quem vamos propor", disse. Ele reafirmou que os três deputados do PT que compõem o Conselho de Ética deverão se posicionar de forma "unitária", sob orientação da direção nacional do partido. Essa posição, contudo, será externada "no momento certo".
Grupo majoritário do PT diz que Cunha e 'ala mais reacionária' do PMDB flertam com impeachment
Como vem mostrando o Broadcast, nos bastidores, a ideia do PT e do ex-presidente Lula é apoiar Cunha no Conselho de Ética em troca da não aceitação de pedido de impeachment da presidente Dilma na Casa. Apesar do discurso mais ameno contra o peemedebista, resolução aprovada pela Executiva e Diretório Nacional do PT critica o presidente da Câmara. O documento afirma que Cunha assumiu "a liderança de uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment".
Falcão destacou que, durante a reunião de hoje do Diretório, o item 11 da Resolução aprovada ontem pela Executiva foi retirado. O item afirmava que "tensões e divisões nas fileiras populares, provocadas principalmente pela rejeição ao ajuste fiscal e a composição de ministério com maior peso das agremiações de centro, também contribuíram para excitar movimentos golpistas". Segundo ele, a mudança não compromete o conjunto do texto e foi para evitar "erro de interpretação".
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