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Secretários propõem força nacional de saúde contra crises

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

Em reunião sobre a epidemia de dengue que atinge o Rio de Janeiro, secretários estaduais de saúde propuseram nesta quinta-feira a criação de uma "força nacional" que agiria em momentos de crise. "Essa ação de mobilização para ajudar o Rio já é um embrião dessa 'força'. Vamos trabalhar com o Ministério da Saúde para avançar nesta idéia", disse o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Osmar Terra. "Conforme houvesse necessidade, faríamos uma mobilização específica para uma região", completou ele sobre a "força", que atuaria nos moldes da Força Nacional de Segurança. Antes do encontro, Terra afirmou que os médicos e pediatras solicitados pelo Rio de Janeiro para atuar no combate à dengue serão cedidos por todos os 27 Estados do país e que não haveria necessidade de pedir ajuda a Cuba. "Ao menos 110 dos 154 solicitados já estão garantidos. Todos os Estados vão ajudar, não há dúvida. Cada Estado vai mandar pelo menos um ou dois médicos, haverá um rodízio", declarou Terra, que também é secretário Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul. Porém, o secretário estadual de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, não descarta a idéia de solicitar ajuda internacional, como foi sugerido pelo governador fluminense, Sérgio Cabral. "Estamos sempre aguardando o próximo dia. Estamos com esses médicos que chegarão a partir de domingo. Eles virão para os centros de hidratação que ainda não foram abertos por falta de profissionais e estamos abertos a receber quaisquer médicos", disse ele ao ser questionado sobre a vinda de médicos de Cuba. Segundo o presidente do Conass, a maioria dos médicos transferidos ao Rio são servidores estaduais e terão o salário pago pelo próprio Estado de origem. O governo do Rio vai pagar um abono de 500 reais por plantão e custear despesas de transporte, hospedagem e alimentação. Os primeiros profissionais de saúde começam a chegar no fim de semana e os demais chegarão ao longo da próxima semana. De acordo com Terra, não há prazo para que os médicos deixem a cidade. "Eles ficarão o quanto for necessário. Com o conjunto de profissionais que já tem no Rio de Janeiro e com esse pessoal que está chegando, acho que essa epidemia tem mais trinta dias. Depois o número de casos começa a declinar", disse ele. O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, ofereceu ao governo do Rio 200 leitos nos hospitais de São Paulo e 100 mil exames para pacientes com suspeita de dengue. "Isso seria bancado pelo governo do Estado de São Paulo", afirmou. O Estado do Rio já teve 67 mortes confirmadas por dengue este ano, num total de 57 mil casos. Outras 58 mortes suspeitas estão sendo investigados, incluindo a de um médico do Exército que morreu na madrugada de quarta-feira com suspeita de dengue hemorrágica. Só na capital houve 44 mortes por dengue. De acordo com o último balanço de casos de dengue feito pelo município, na noite de quarta, a semana passada registrou o menor número de casos de dengue desde a primeira semana de 2008. Foram notificados 1.546 casos no Rio, contra 2.002 da semana anterior e 4.172 casos de três semanas atrás, quando houve o pico de casos no município. As estatísticas oficiais apontam que a última morte confirmada por dengue no Estado aconteceu no dia 29 de março, justamente na capital. (Texto de Tatiana Ramil)

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