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Secretário reconhece que RS tem pior déficit financeiro

Dívida acumulada do Estado em dezembro de 2006 chegou a R$ 5 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Aod Cunha de Moraes Júnior, reconheceu nesta quarta-feira, 21, que o Estado apresenta a pior situação entre todos os demais no atendimento à exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal que limita os "restos a pagar" deixados pelos governos em final de mandato à disponibilidade de caixa. Em dezembro de 2006, o Rio Grande do Sul registrava um déficit financeiro acumulado de R$ 5,070 bilhões, conforme dados dos relatórios estaduais de gestão fiscal publicados nesta quarta-feira pelo Estado. O Rio Grande do Sul possui um déficit que o secretário classifica de "estrutural", de aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Ele lembrou que o rombo irá crescer em 2007 em conseqüência da dívida que o governo contraiu com o Banrisul para pagar parte do 13º salário do funcionalismo, em dezembro de 2006. Dívida antiga O déficit de R$ 5,070 bilhões, na avaliação do secretário, é um resultado acumulado há 30 anos. Nas décadas de 1970 e 1980, a dívida era coberta por empréstimos contraídos com a União. Os empréstimos foram consolidados e renegociados nos anos 90. Outros expedientes usados pelos administradores para cobrir o rombo foram a venda de ativos e o saque de depósitos judiciais, citou o secretário. "O fato importante é que temos que enfrentar com transparência essa situação", defendeu, justificando que "dourar a pílula" tende a adiar a solução do problema. O governo Yeda Crusius (PSDB) assumiu a meta de zerar o déficit orçamentário em até quatro anos com a possível edição de medidas duras. "São medidas que batem de frente com interesses específicos e que exigem sacrifícios", comentou Cunha, pedindo apoio da sociedade para o plano. Entre as medidas já divulgadas pelo governo constam o corte de 20% dos cargos em comissão e de 30% das despesas de custeio. A Fazenda também lançou mão de uma renegociação de dívidas com os fornecedores e adotou um sistema de programação das despesas apenas quando houver dinheiro em caixa

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