A falta d´água e a perda de safra deixaram 69 das 223 cidades do Piauí em estado de emergência ou calamidade pública, informou o Estado. Os efeitos da seca que atinge a região são agravados pelo custo da água. Um barril de 60 litros, por exemplo, custa em média R$ 10. Segundo a Fundação Cepro, que estuda os dados da economia local, a renda per capita do Estado, em 2004, era de R$ 2.892. Até agora, segundo o coordenador da Defesa Civil no Piauí, coronel Francisco Barbosa, 69 prefeitos encaminharam decreto de emergência ao governo do Estado. Eles alegam falta de água para abastecimento humano e animal, além de perdas agrícolas superiores a 50% da safra. "Esperamos que a tendência neste próximo mês seja baixar esse número, porque começou a chover", disse Barbosa. "O Exército já está ajudando na distribuição de água". O economista Valmir Falcão, do Conselho Regional de Economia, considerou o preço da água no Estado alarmante, pois Piauí tem um dos maiores lençóis freáticos do mundo. "Os tambores são transportados em lombo de animais por longas distâncias e nunca o vasilhame vem totalmente cheio", afirmou. Segundo a Associação Piauiense dos Municípios (APPM), o número de cidades afetadas tende a crescer. "As chuvas foram irregulares e não tem água de superfície", disse o presidente da associação, Luís Coelho. Pelos cálculos da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) do Piauí, 500 mil pessoas estariam sendo afetadas.