
18 de setembro de 2014 | 23h40
Sem citar o nome de Marina, Lula criticou a postura da candidata de defender a nova política e ironizou o fato de ela dizer que pretende governar com os "melhores quadros" da política. "É muito fácil as pessoas dizerem: ''nós queremos uma nova política''. É muito fácil dizer: eu vou governa com os ''miós''. Onde estão os ''miós''? Que vocês não encontram?", criticou.
Lula questionou ainda "onde está essa nova política fora da política?". "É como se a Igreja Católica tentasse se reformar fora da igreja. Não é possível mudar a política fora da política", afirmou. O ex-presidente ainda citou o presidente norte-americano Barack Obama e disse que se fosse fácil governar com os melhores, Obama "não estaria comendo o pão que o diabo amassou na mão dos republicanos".
O ex-presidente disse que os melhores quadros não são os intelectuais, nem que se mede a capacidade pela quantidade de livros que alguém leu. "Os ''miós'' é que conhece a alma do povo", disse.
Em seu discurso, Lula voltou a dizer que os brasileiros têm muitos motivos para andar de cabeça erguida e afirmou que foi o governo do PT que fez a nova política no País. "A nova política nós fizemos quando acabamos com o complexo de vira-latas, de sermos subordinados ao FMI", disse. Segundo o ex-presidente, a nova política foi feita com o partido a partir da política de orçamento participativo. "Chamamos o povo para ser gerente em nossa administração", completou.
Lula ainda ironizou o fato do senador Pedro Simon (PMDB) ter desistido da aposentadoria e anunciar que vai disputar a reeleição, após a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB) em acidente aéreo. No Rio Grande do Sul, o candidato era Beto Albuquerque (PSB), que acabou alçado a companheiro de chapa de Marina Silva ao Palácio do Planalto. "Tem uma que inovou tanto que o Pedro Simon é senador.
É uma nova política extraordinária", ironizou.
Pleito estadual
Em defesa da reeleição de Tarso, Lula disse que "não vai se conformar" se não quebrar o tabu de nunca um governador ter sido reeleito no Rio Grande do Sul. "Temos uma razão para defender a reeleição e debater com os outros", disse afirmando que o governador "recuperou a autoestima dos gaúchos. "Não nos perdoaremos se não quebrarmos esse tabu."
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