SÃO PAULO - Para os partidos de oposição à presidente Dilma Rousseff, o tamanho e o alcance das manifestações deste domingo, 16, são vistos como fatores determinantes para a definição sobre os próximos movimentos no tabuleiro da crise política. "Se a manifestação de domingo for mais fraca que as anteriores, Dilma ganhará o segundo balão de oxigênio. O primeiro foi o Renan Calheiros", disse o deputadofederal, Bruno Araújo, líder da minoria da Câmara (PSDB-PE).
Principal partido de oposição a Dilma, o PSDB espera que as manifestações tenham mais volume que as realizadas em março e abril para que não se dilua a pressão sobre o Palácio do Planalto. Com isso em vista, a legenda usoua máquina partidária para promover os atos.Na semana passada, o partido usou seu programa de TV para divulgar as manifestações de hoje. Os protestos também terão adesão de outras legendas, como PPS, DEM e Solidariedade.
Apesar do ineditismo da iniciativa de promover as manifestações, os tucanos vetaram bandeiras, faixas e adereços da sigla e orientaram seus militantes a não irem para a rua uniformizados, assim como tambémfizeram nos atos anteriores dos quais participaram. "Essa é uma questão delicada. O movimento não quer ficar à reboque do partido", afirma o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Depois de participar das duas últimas manifestações em São Paulo, dessa vez ele optou porir para a rua em Brasília. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, não confirmou se vai participar dos protestos, massinalizou que pode comparecer aos atos em Brasília, ou em Belo Horizonte (MG).
O único partido que participará de forma institucional e uniformizada das manifestações no domingo será o Solidariedade, que levará dois carros de som para a Avenida Paulista. A legenda também distribuirá adesivos e panfletos pedindo o "Fora Dilma".
"Nós temos que continuarbatendo no impeachment. Não tem outra saída. Eu particularmente nãoacredito mais que tem solução para o Brasil com a Dilma. Para você terum novo ânimo no Brasil você precisa ter um novo governo. Com a Dilma não dá mais", afirmou o presidente do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força.
Existem hoje 8 pedidos de impeachment de Dilma na Câmara, aguardando a decisão do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB). Se ele der sinal verde, as propostas começarão a tramitar e abrirão uma nova frente de desgaste para o Palácio de Planalto.