‘Se for preciso reivindicar presidência da Câmara, vamos fazer’, diz Bivar

Presidente do PSL afirma que o partido realizará na próxima semana a primeira reunião com a bancada para dar 'unicidade' aos 52 deputados

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Por Marianna Holanda e Pedro Venceslau
Atualização:

O presidente do PSL, Luciano Bivar, afirmou ao Estado que o partido realizará na próxima semana a primeira reunião com a bancada na Câmara para dar “unicidade” aos 52 deputados. “Se for preciso reivindicar algumas coordenadorias, comissões, mesa ou presidência, vamos fazer”, disse. 

Jair Bolsonaro (esq.) ao lado do presidente do PSL, Luciano Bivar. Foto: PSL

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Do Planalto, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, continuará participando de decisões do partido como uma “rainha da Inglaterra”. Segundo Bivar, ele será o primeiro-ministro inglês e Bolsonaro, a monarca. “Quem pensa que a rainha da Inglaterra não faz nada está enganado”. Veja abaixo os principais trechos da entrevista concedida por telefone:

Quando a bancada deve se reunir? Na próxima quarta-feira, 21, a gente vai fazer uma reunião. A ideia é dar boas vindas e ter uma palestra sobre o que é o liberalismo do Partido Social Liberal. Os deputados são eleitos e são colegas, mas não se conheciam antes. Tem deputado que nem eu conheço. A ideia é dar unicidade.

Como seria essa unicidade? São as pautas de interesse do partido. Que estejamos fechadoscom o sentimento das reformas. A reforma tributária e da Previdência. Todos têm estar bem alinhados com isso. Todos têm que estar alinhados com os aspectos técnicos para votarem conscientes. Eles têm que saber no que vão votar.

Vai ter unicidade nas pautas de costume e outras, como Escola sem Partido? Escola sem Partido é uma prioridade. Escola tem que ensinar geografia e matemática, não para fazer política. Temos que explicar isso a todos os nossos deputados. Cada deputado vai entender seu crescimento no partido como a coerência das ideias do que é melhor para o País. Eles foram eleitos para os interesse do governo e o bom senso.

O sr. é favor da criminalização do comunismo, como prega o Bolsonaro. Essa é uma pauta da bancada? O comunismo, se tem um partido político, tem que ser respeitado como partido. Eu defendo essa tese. O partido não alcançou a cláusula de barreira. Não é preciso que a gente criminalize o comunismo. Não tem por que criminalizar esse e aquele partido.

Como o partido está fazendo para preparar seus deputados, a maioria deles novatos? Temos a fundação do partido que vai ter como uma das atividade a orientação dos deputados. Vamos ter palestras. Já conversei com o professor Marcos Cintra, o próprio Eduardo Bolsonaro também se dispõe a isso. E vamos chamar especialistas de várias áreas para dar palestras para a bancada. Eles vão falar sobre regimento, economia, educação, saúde. Estamos fazendo um projeto. Começam após a posse.

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Será difícil organizar uma bancada de novatos? Acho até isso muito bom, sabe. Quando você tem um deputado novo, ele não tem vícios. Ele vem para um partido que era naquele lema que temos: eu vim de graça. Com todos os interessados, a conversa que eu tive com deputados, é de todos pensando em fazer o melhor. Ninguém está pensando no toma lá dá cá.

O PSL terá uma bancada de deputados do baixo clero? Não queremos diferenciar nossos deputados. Teremos soluções democráticas. Não vamos diferenciar deputados de 1° e 2° categoria. De baixo ou alto clero. Chegou a oportunidade de fazermos um partido dentro da linha liberal, que preserve a propriedade privada e respeite as instituições.

O PSL vai lançar candidato à Presidência da Câmara, CCJ e outros espaços, ou vai deixar para aliados? Vou ter uma conversa com o presidente (Jair Bolsonaro) na terça-feira, 20, sobre esse assunto. E no dia 21, com a bancada para a gente saber o que a gente quer como um partido, como apoiar o presidente e as reformas que o Brasil precisa. Se for preciso reivindicar algumas coordenadorias, relatorias, até a própria mesa ou presidência, a gente vai fazer. Mas isso vai depender da conversa com a bancada.

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Quais o nomes para liderar o PSL na Câmara? Tem vários nomes. O Eduardo (Bolsonaro) pode ser. Tem também a Joice (Hasselmann).

Como vai ser a relação do partido com o presidente Bolsonaro? O próprio Bolsonaro não quer se meter nisso, mas a nossa grande alavancagem se deve a ele. Isso é irrefutável. Respeitamos muito o lado instintivo dele. Enquanto eu for presidente do partido, vou ser como o primeiro-ministro da Inglaterra dele. Tenho que consultar a rainha para saber os caminhos que vou trilhar. O ministro inglês sempre consulta a rainha. Quem pensa que a rainha da Inglaterra não faz nada está enganado. Vou consultar sempre o Bolsonaro, que é um filiado meu. Vou abstrair o cargo dele de presidente e consultá-lo como membro do PSL.