PUBLICIDADE

'Se eu morrer aqui, o povo saberá apontar meus algozes', diz Genoino

Petista volta a passar mal e advogados recorrem ao Supremo para que ele cumpra prisão domiciliar

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Pedro  Venceslau
Por Ricardo Brito , Fausto Macedo , Fernando Gallo e Pedro Venceslau
Atualização:

Atualizado às 18h49

.

PUBLICIDADE

A defesa do ex-presidente do PT e deputado licenciado José Genoino pediu neste domingo, 17, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele possa cumprir sua pena em regime domiciliar. Os advogados de Genoino alegam que o pedido se baseia na precária condição de saúde do petista. Segundo o advogado Luiz Fernando Pacheco, o petista "passou muito mal" e foi atendido por médico particular, providenciado pela família, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde está desde a noite de sábado, 16.

Direto do presídio, Genoino reitera que se sente um preso político. Por meio de um emissário, o ex-presidente do PT enviou manifestação de protesto contra o fato der ter sido condenado à prisão em regime semiaberto – mas, desde sexta feira, 15, quando entregou-se à Polícia Federal em São Paulo, encontra-se em regime fechado.

Ele se considera vítima de “uma farsa surreal”, referindo-se à ação penal 470, do mensalão, que culminou com 25 condenados. “Estamos presos em regime fechado, sendo que fui condenado ao semiaberto. Isso é uma grande e grave arbitrariedade, mais uma na farsa surreal que é todo esse processo, no qual fui condenado sem qualquer prova, sem um indício sequer”, disse Genoino.

O petista chama a atenção para sua saúde precária, cardíaco que é, recentemente submetido a delicada cirurgia.

“Sou preso político e estou muito doente.” Ao final de sua manifestação, José Genoino é enigmático. “Se morrer aqui, o povo livre deste País que ajudamos a construir saberá apontar os meus algozes."

Com dores no peito e falta de ar, o petista foi atendido no presídio por um cardiologista de confiança da família, que constatou que Genoino estava com a pressão alta. Foi a terceira vez que o petista passou mal desde que se apresentou à Polícia Federal em São Paulo, na noite da sexta-feira. Na própria sexta, pouco depois de entrar na superintendência, bastante ofegante enquanto aguardava a chegada do mandado de prisão na sala do delegado de plantão, Genoino pediu para descansar e foi encaminhado à carceragem, onde pôde se deitar.

Publicidade

No voo que levou Genoino e o ex-ministro José Dirceu a Belo Horizonte nesse sábado - uma parada antes que fossem transferidos a Brasília -, o deputado federal licenciado voltou a sentir-se mal. Muito ofegante e fraco, ele foi atendido tão logo o avião pousou na capital mineira - uma ambulância aguardava na pista a chegada da aeronave.

Em julho, Genoino passou por uma cirurgia cardíaca em São Paulo, ficando internado até o dia 20 de agosto.   O coordenador do setorial jurídico do PT-SP, Marco Aurélio de Carvalho, um dos advogados que assistem Genoino, criticou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF, Joaquim Barbosa), pela decisão de obrigar o petista a ir para Brasília. “O Estado brasileiro e Joaquim Barbosa assumiram um risco desnecessário, já que o regime dele (Genoino) é semiaberto e para ser cumprido em São Paulo, local de seu domicílio”, declarou.

O ex-presidente do PT cumpre pena em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa, pelo qual foi punido com 4 anos e 8 meses de prisão. Ele ainda tem chances de se livrar da punição por formação de quadrilha em julgamento previsto para ocorrer ano que vem no Supremo.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.