'Se eleger Dilma, vou ser presidente da Petrobras', brinca Lula

Por engano, sistema de som permitiu acesso à conversa entre Lula e Hugo Chávez sobre uma refinaria em PE

PUBLICIDADE

Por Tania Monteiro e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 26, em tom de brincadeira que se conseguir eleger a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o seu lugar ele será o novo presidente da Petrobras. Lula discutia com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre um acordo para a refinaria Abreu Lima, em Pernambuco.

 

PUBLICIDADE

O vazamento da discussão entre os dois presidentes e José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, no sistema de tradução montado para a entrevista coletiva que haverá em seguida, permitiu que os jornalistas acompanhassem as dificuldades de negociação, no encontro reservado entre os três, em um hotel de Salvador.

 

Pelo sistema de som foi possível identificar a decepção de Chávez. Ele lamentou que os dois países não tenham sido capazes de fazer um acordo. O presidente da Petrobras esclareceu que três pontos ainda dependem de mais discussão: custos de investimento, comercialização do produto e o preço do petróleo. Gabrielli pediu mais 90 dias para discutir essas questões. Chávez reclamou.

 

"Lamentável não sermos capazes de fazer um acordo. Confesso que estou frustrado. A culpa é dos dois governos", disse o venezuelano. Ao que Lula respondeu brincando: "Se eu conseguir eleger a Dilma, eu já disse para o Gabrielli, eu vou ser o presidente da Petrobras e você, Gabrielli, vai ser meu assessor e o acordo (com a Venezuela) vai sair". "E eu vou fazer o quê? Eu não quero fazer nada", respondeu Chávez.

 

O governo venezuelano deveria entrar com 40% dos recursos para a construção da refinaria, mas até agora só o governo brasileiro investiu na obra. Isto porque a Venezuela tem feito exigências, como o direito de comercialização do petróleo importado no Brasil. Mas as regras brasileiras determinam que só quem pode vender internamente é a Petrobras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.