SC não quer vacinar contra aftosa na fronteira

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria da Agricultura de Santa Catarina informou nesta quinta-feira que o Estado não concorda em aplicar vacinas preventivas contra a febre aftosa em sua fronteira com a Argentina. A informação foi divulgada pelo chefe de gabinete do secretário Odacir Zonta, que está em viagem de retorno a Florianópolis, depois de ter realizado reunião com entidades rurais do Estado em Concórdia. Os produtores e indústrias agropecuárias que discutiram o assunto em Concórdia observaram que a aplicação de vacinas representaria ameaça à condição sanitária do Estado. Eles preferem apoiar a vacinação da fronteira do lado argentino. Para isto, Santa Catarina poderá colaborar com funcionários e equipamento. Desta forma, seria obtida uma área de proteção sem a necessidade de aplicar o medicamento no território catarinense. Além disso, outro ponto que pesou na análise, foi o possível prejuízo da medida à cadeia produtiva de suínos. "Se fôssemos vacinar, isto causaria problemas para a suinocultura", afirmou o diretor regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) em Concórdia, Osmar Bordignon. Há cerca de 40 mil fêmeas de suínos nos 10 municípios de fronteira que poderiam ser atingidos pela vacinação. Estes animais não poderiam ser abatidos fora da zona imunizada, disse Bordignon, o que prejudicaria a produção. A bacia leiteira dessas cidades também seria afetada, acrescentou Bordignon. Segundo ele, o secretário Zonta irá levar a posição de Santa Catarina à reunião do Circuito Pecuário Sul, que será aberta neste sábado às 9h em Florianópolis. O chefe de gabinete de Zonta, Ivan Ramos, disse que o secretário poderá oficializar a posição no sábado perante os demais Estados que participarão do encontro (Rio Grande do Sul e Paraná). Esta sexta-feira será dedicada à discussão técnica sobre a aftosa. O delegado regional do Ministério da Agricultura em Santa Catarina, Roberto Zimmermann, disse que a pauta do encontro ainda não foi concluída, mas deve ser feita uma avaliação dos riscos de exposição do rebanho à doença. Santa Catarina tem um rebanho de quase 2,5 milhões de bovinos e de 4,5 milhões de suínos, informou Zimmermann.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.