O Ministério da Saúde vai repassar R$ 9,6 milhões às universidades federais para garantir o ?funcionamento pleno? de 43 hospitais universitários. O ministro da Saúde, Barjas Negri, assinou portaria remanejando recursos de outros setores para os hospitais. O Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi o maior beneficiado pela portaria publicada nesta terça-feira no Diário Oficial e receberá R$ 1,8 milhão. O presidente da Associação Brasileira dos Hospitais Universitários e Entidades de Ensino (Abrahue), Amâncio Paulino de Carvalho, informou nesta segunda que o Hospital São Paulo chegou a desativar o setor de emergências por dificuldade financeira. Segundo ele, o déficit mensal da instituição é de R$ 2 milhões. Carvalho comemorou o crédito suplementar, neste fim de ano. ?Reflete a sensibilidade do Ministério da Saúde para o problema dos hospitais universitários?, elogiou. O reforço emergencial para custeio, proporcionado por Negri, não encerra a briga por mais recursos. ?Precisamos de um padrão de financiamento mais regular?, antecipou Carvalho, que promete insistir ainda na liberação de outros R$ 11,5 milhões, relativos a emendas parlamentares aprovadas para o Orçamento deste ano, que foram suspensos por decreto presidencial. Carvalho também quer que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estabeleça uma dotação orçamentária para cada hospital universitário gastar com o pagamento de plantonistas terceirizados. Isso garantiria que o dinheiro para esses profissionais viesse direto do Ministério da Educação. Atualmente, os hospitais precisam utilizar recursos de custeio da Saúde para bancar a contratação de plantonistas. Hoje, os hospitais universitários, vinculados diretamente ao MEC, possuem apenas 38 mil servidores no quadro efetivo e outros 22 mil profissionais terceirizados. Carvalho reconhece que pequena parcela dessas pessoas não trabalha especificamente nos hospitais, mas em outros setores das universidades.