30 de novembro de 2010 | 21h53
Ao tirar o Ministério das Comunicações do PMDB e entregá-lo ao petista Paulo Bernardo, a presidente eleita, Dilma Rousseff, optou por manter o partido do vice-presidente eleito, Michel Temer (SP), na pasta com um dos mais robustos orçamentos da Esplanada para 2011: o Ministério da Saúde, com R$ 74, 2 bilhões.
O indicado para a Saúde, Sérgio Luiz Côrtes da Silveira, porém, é apadrinhado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Côrtes é secretário estadual de Saúde do Rio e médico ortopedista. Chega ao futuro governo Dilma na cota do PMDB fluminense.
É o segundo nome que o governador do Rio emplaca na Saúde. Em março de 2007, ele indicou o sanitarista José Gomes Temporão, até hoje no cargo. Na Casa Civil, Dilma teve ruidosos embates com Temporão, a quem atribuiu inúmeros problemas de gestão na Saúde.
Em conversas reservadas, integrantes do PMDB afirmam que Côrtes não representa o partido na equipe, pois entra na cota de Cabral. Embora filiado ao PMDB, o ministro da Defesa, Nelson Jobim – que será mantido no posto – também é visto pela sigla como "escolha do presidente Lula" e não é computado na fatia peemedebista.
Musculatura. Hoje titular do Planejamento, será o novo ministro das Comunicações, Bernardo vai administrar uma pasta que ganhará musculatura no governo Dilma. Atualmente o Ministério das Comunicações abriga o Plano Nacional de Banda Larga – programa para universalizar a internet rápida – e é responsável pela regulamentação das concessões de rádio e TV. Cuidará, ainda, da nova lei de comunicação digital.
Novo xodó da presidente eleita, o Ministério das Comunicações poderá ganhar assento nas reuniões semanais da coordenação política de governo.
Dilma não quer saber de discussões sobre controle da mídia. "O único controle que eu defendo é o controle remoto", costuma dizer ela. O que Dilma quer focar são temas como o Plano Nacional de Banda Larga, a TV digital e o debate sobre mudanças nas telecomunicações.
O PMDB quer ser recompensado pela perda de Comunicações com uma cadeira no Ministério das Cidades, hoje nas mãos do PP e objeto do desejo petista. O partido cobiça, ainda, uma superpasta para cuidar de portos e aeroportos.
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