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Satiagraha é parte do jogo de poder no PT, diz oposição

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa e CIDA FONTES E VERA ROSA
Atualização:

A Operação Satiagraha, deflagrada ontem, foi tratada pelo Planalto, pelo menos em público, como um ato de rotina da Polícia Federal (PF). No Congresso, a maioria dos parlamentares da oposição viu as prisões do sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas e a ressurreição das investigações em torno do mensalão como mais um capítulo do "jogo de poder dentro do PT". Para alguns senadores e deputados, a operação empurra para segundo plano os problemas com a inflação, ainda que possa não ter sido deflagrada com essa intenção. "A PF não recebe nem pede licença ao governo para investigar o que tem de investigar", disse o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Ele afirmou que o governo federal não se beneficia politicamente das ações da PF, que passam a imagem de uma polícia eficiente e comprometida com o combate ao crime. "Pode ser bom para o País", afirmou. "O governo não tem elementos para fazer avaliações. Embora essas investigações despertem a atenção do País, o que se pode afirmar, apenas, é que há um processo normal de funcionamento das instituições." O ministro da Justiça, Tarso Genro, telefonou ontem para parlamentares, mas se limitou a citar os dois motivos que, pela apuração da PF, levaram à prisão de Dantas e demais sócios do Opportunity: as relações dele e da empresa com os envolvidos no mensalão e a evasão de dinheiro para o exterior. Porém, o Estado apurou que Tarso se irritou com o delegado que conduziu a Satiagraha, permitindo que a prisão do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, de pijama, fosse filmada por uma rede de TV, além de mostrar gente algemada - o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem pedindo para que a PF evite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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