Sarney pede investigação sobre diretor do Senado

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Por Rosa Costa
Atualização:

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pediu ontem ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue "com a urgência devida" a evolução patrimonial do diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Encarregado de gerenciar um orçamento de R$ 2,7 bilhões este ano, Agaciel registrou em nome de seu irmão, o deputado João Maia (PR-RN), uma casa de 960 metros quadrados, onde mora, avaliada em R$ 5 milhões, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. O deputado não declarou o imóvel nem à Receita Federal nem à Justiça Eleitoral. A casa de três andares tem cinco suítes, salão de jogos, amplo campo de futebol, piscina em forma de taça e um píer para barcos. Fica no Lago Sul, num dos pontos mais nobres de Brasília. Em nota divulgada ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), qualificou como "escapismo" a decisão de Sarney de acionar o TCU. No dia da eleição para a presidência do Senado, Virgílio disse que não se podia falar de "renovação" na Casa e manter Agaciel no cargo de diretor. "O primeiro gesto da nova direção do Senado deveria ter sido o de promover profunda renovação no quadro vigente e nos costumes administrativos da Casa", afirmou. Segundo o senador, a posição do PSDB é a de pedir imediatamente o afastamento do acusado. Em entrevista ontem pela manhã, Agaciel apresentou a evolução de seu patrimônio. A compra do imóvel foi feita em 1996, um ano após assumir o cargo de diretor-geral, na primeira gestão de Sarney na presidência do Senado. Nas interceptações feitas pela Polícia Federal na Operação Mão de obra, em 2006, para investigar supostas fraudes e desvios nos contratos de terceirização do Senado, seu nome é citado pelos responsáveis pelas empresas, como ciente do que ocorria. Procurado à tarde pelo Estado para comentar as investigações, Agaciel não respondeu à reportagem.

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