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Sarney - e Roseana - têm medo de virar ?a bola da vez?

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Por Agencia Estado
Atualização:

O senador José Sarney (PMDB-AP) foi atingido pela síndrome do denuncismo que atormentou Jader Barbalho (PMDB-PA) até a renúncia da presidência do Senado. É o que avaliam setores do PFL e da cúpula do PMDB, impressionados com as novas dificuldades postas nesta terça-feira pelo próprio Sarney a cada instante, ao longo das negociações para levá-lo à presidência do Senado. Depois de um penoso trabalho para fechar o bloco de oposição em torno de seu nome, com a negativa formal de veto, dada pelo líder do PT, senador José Eduardo Dutra (SE), Sarney impôs uma nova condição para sair candidato. Em reunião realizada em seu gabinete, nesta terça à noite, ele exigiu que os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), se associassem aos líderes do PPS, Paulo Hartung (ES) e ao próprio Dutra, em uma nova operação para forçar o senador José Alencar (PMDB-MG) a retirar sua candidatura. ?Vocês hão de compreender que, sem o apoio de todos nesta Casa, qualquer um se inviabiliza?, ponderou Sarney. Nas conversas de bastidor ao longo do dia, foram usados argumentos do tipo ?é preciso criar uma rede de proteção em torno da presidência, porque o momento é difícil?. Segundo um interlocutor do ex-presidente da República, a família Sarney está dividida quanto à conveniência política de ele assumir o comando do Senado agora. Diz o parlamentar que Sarney se recusa a expor sua família a esta onda de denúncias de corrupção que também acabou assombrando o líder Renan Calheiros. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos pré-candidatos do PMDB à corrida presidencial, protestou contra a opção Sarney para presidente do Senado, temendo o fortalecimento da candidatura presidencial da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL). Ao mesmo tempo, porém, amigos de Sarney atestavam que sua filha Roseana resistia à idéia de ver o pai na presidência do Senado. Motivo: O temor de denúncias contra seu marido, Jorge Murad.

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