Sarney demite diretores e ex-assessora de Roseana assume

Gazineo teria assinado a maior parte dos atos secretos; Dóris Peixoto já trabalhou no gabinete da ex-senadora

Por Eugênia Lopes
Atualização:

O presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), convou nesta terça-feira, 23, ao seu gabinete e demitiu o diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, e o diretor de Recursos Humanos da Casa, Ralph Siqueira. A informação foi divulgada  pela assessoria de imprensa de Sarney. Os dois diretores são suspeitos de participação no esquema de edição de atos secretos no Senado para nomeações ou para criação de cargos e privilégios.

 

Terminou por volta das 18 horas a reunião, que teve início às 15h30. A expectativa era de que durante o encontro fosse apresentado o relatório final da comissão criada para investigar os atos secretos da Casa e também anunciadas medidas moralizadoras.

 

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O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou  que Haroldo Tajra  irá substituir provisoriamente Alexandre Gazineo no cargo de diretor-geral do Senado. Ele informou também que Dóris Peixoto será a nova diretora de Recursos Humanos no lugar de Ralph Siqueira. Dóris é ligada à família Sarney e foi chefe de gabinete de Roseana Sarney.

 

Ex-diretor adjunto desde 1995, Gazineo substituiu Agaciel Maia, em março último, mas sua situação ficou difícil depois de constatado que ele assinou a maior parte dos atos secretos. O servidor afirma que não participava nem da elaboração nem do encaminhamento dessas medidas sigilosas, que terminavam sendo engavetadas por Agaciel e pelo ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. Os dois serão investigados na sindicância aberta por Sarney.

 

As demissões são medidas para conter a crise que atinge a Casa, mais recentemente marcada pela descoberta dos atos secretos, usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários, revelados pelo Estado.

 

A investigação em cima das centenas de atos secretos do Senado descobriu um

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submundo de duas categorias de decisões sob sigilo, como se existissem atos

“top secret” e outros classificados oficiosamente como secretos.A primeira

ficou sob a guarda do ex-diretor-geral Agaciel Maia.E a outra nas mãos de

João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos. 

 

Texto atualizado às 18 horas

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