Sarkozy defende cadeira para Brasil no Conselho de Segurança

No Rio, presidente francês diz que apóia reforma da ONU e que Europa quer andar 'de mãos dadas' com o País

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Por Fabrícia Peixoto
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Em visita ao Rio de Janeiro, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu nesta segunda-feira a participação permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, além de uma ação conjunta de Brasil e União Européia em fóruns internacionais. "Sou sincero quando digo que precisamos do presidente Lula no Conselho de Segurança", disse Sarkozy, durante o 2º Encontro Empresarial Brasil-União Européia, para uma platéia de empresários dos dois países. Veja também: Sarkozy anuncia no Rio parceria com Brasil no G-20 Carla Bruni vem ao País com Sarkozy e cumpre agenda paralela Galeria de fotos da primeira-dama francesa  Ainda de acordo com o líder da França, que ocupa a presidência rotativa da União Européia, "todos os países da Europa amam o Brasil, mas a França vai demonstrar como ela ama e respeita esse país".  Segundo ele, seria importante que Brasil e União Européia chegassem próxima reunião do G20 (dia 2 de abril, em Londres), com uma "proposta em comum".  "A Europa quer trabalhar de mãos dadas com o Brasil", disse. Comércio Sarkozy disse que os países não podem se contentar apenas com "conferências internacionais" e pediu que, em 2009, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, "tome iniciativas que mexam com velhos hábitos". O líder francês se referia ao impasse nas negociações para a conclusão da Rodada Doha de comércio internacional. Os principais países negociadores, entre eles Brasil e União Européia, não chegaram a um acordo e, portanto, a última reunião do ano, que aconteceria em Genebra, ainda este mês, não foi realizada. "A dada altura, em 2009, o presidente Obama terá de tomar iniciativas", disse. Ainda segundo Sarkozy, "não há nada pior do que o protecionismo". No passado, negociadores brasileiros acusaram a França de adotar medidas supostamente protecionistas para defender seus agricultores e alegaram que esse é um dos empecilhos ao avanço das negociações para a liberalização do comércio global. Sobre a relação bilateral, o presidente francês lembrou que as exportações brasileiras de produtos básicos (agrícolas) para a União Européia "triplicaram" nos últimos anos.  "Não vou dizer que tudo seja perfeito. Mas também queremos espaço ampliar nossas exportações de serviços e industrializados para o Brasil", disse. Mais de uma vez, Sarkozy disse que não veio ao Brasil "para dizer como as coisas devam ser feitas", mas que está à disposição para ajudar o governo brasileiro "no que for preciso" para preservar a Amazônia. Crise Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou basicamente sobre a crise financeira. Disse que os projetos do governo não serão paralisados e que será feito "o possível e o impossível" para minimizar seus impactos no país.  Lula voltou a defender a figura do Estado como indutor da recuperação econômica em momentos de crise. "Não defendo a idéia do Estado que se intrometa na economia, querendo fazer aquilo que é papel próprio do administrador de empresa. Mas está provado que, se o Estado não for o indutor do crescimento, quando acontece uma crise como essa, não tem banco no mundo, não tem empresário no mundo que não se volte para a figura do Estado e pergunte: o que nós faremos agora?" Lula disse ainda acreditar que a economia brasileira irá crescer 4% no ano que vem. "Se tivesse um concurso para eleger o mais otimista, eu estaria entre os primeiros", disse. "O presidente Obama disse que criará 2,5 milhões de empregos nos próximos anos. Nós criamos 2 milhões de empregos apenas de janeiro a novembro", acrescentou. "Cinco agências de rating internacionais deram grau de investimento ao Brasil. Pena que metade delas quebrou. Mas ainda assim eu agradeço a bondade delas." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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