PUBLICIDADE

Santos Cruz: Bolsonaro avança na erosão das instituições

General publicou texto em que critica decisão do Exército de não punir Pazuello por participar de ato político com Bolsonaro

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O general Carlos Alberto Santos Cruz publicou nesta sexta-feira, 4, um texto em que se diz envergonhado pela decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro. Santos Cruz escreveu que o ocorrido é uma “desmoralização para todos nós” e que o presidente “procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições”.

“Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder”, disse o militar, que foi ministro-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro. “A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições”. 

Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo Foto: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO

PUBLICIDADE

Santos Cruz chamou a decisão de não punir Pazuello de “subversão da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos”.

O militar lembrou ainda que Bolsonaro já se referiu à instituição como “meu Exército”. “O ‘seu Exército’ não é o Exército Brasileiro. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira”, escreveu ele.

O general terminou o texto pedindo que a politização das Forças Armadas seja combatida “pela raiz”. “Independente de qualquer consideração, a união de todos os militares com seus comandantes continua sendo a grande arma para não deixar a política partidária, a politicagem e o populismo entrarem nos quartéis”, concluiu.

Leia o texto completo abaixo.

Santos Cruz foi secretário nacional de Segurança Pública de Michel Temer. Ele apoiou a candidatura de Bolsonaro em 2018, e chegou a chamar o candidato opositor, Fernando Haddad (PT), de “fascista”. O general se tornou ministro-chefe da secretaria de Governo de Bolsonaro, mas foi demitido em 2019.

Publicidade

Desde então, o militar assumiu uma postura crítica ao governo. Em março deste ano, ele publicou uma carta em que pedia a união do centro contra Lula e Bolsonaro. Na ocasião, escreveu que “o Brasil não merece ter que optar entre dois extremos já conhecidos, viciados e desgastados”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.