Saito diz que apreensão de documentos podia ter efeitos graves

Por NATUZA NERY
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O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, disse nesta quarta-feira, em depoimento à CPI da Crise Aérea na Câmara, que o pedido de suspensão de busca de documentos no Cindacta 1 e nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos se deveu a questões de segurança. Perguntado por que a Aeronáutica recorreu da decisão da 2a Vara Federal de Guarulhos, que autorizou a operação de busca e apreensão, a pedido do Ministério Público, o brigadeiro foi econômico: "Por se tratar de documentos que se não tratados de forma adequada podiam ter consequências graves." Saito afirmou que a Aeronáutica nunca apresentou obstáculos a nenhuma informação requisitada, seja pela CPI ou pela Polícia Federal, e por não ter tido nenhuma solicitação prévia, a diligência foi recebida com surpresa. Durante a operação que chegou a ser iniciada pela PF, Saito garantiu que houve "perfeito entendimento" e que 56 volumes e um CD-ROM de registros de tráfego aéreo foram entregues aos agentes. "Mas aí veio a decisão de suspensão e eles recolheram o material", contou. A suspensão da busca e apreensão de documentos foi determinada por decisão do Tribunal Regional Federal da 3a Região, que cassou a liminar da 2a Vara Federal. A desembargadora Marli Ferreira considerou que a União deveria ter sido ouvida antes da decisão que autorizou a apreensão de documentos do Cindacta-1, Congonhas e Guarulhos. O ministro da Justiça, Tarso Genro, aprovou a suspensão da busca, que no seu entender "poderia se configurar um grande abuso de direito, com prejuízo ao consumidor, aos cidadãos e prejuízos a essas operações que estão sob controle da Aeronáutica", disse a jornalistas após cerimônia de criação da Escola Nacional de Defesa do Consumidor.

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