23 de janeiro de 2012 | 19h08
Embora a legenda tenha uma lista "diversificada" de postulantes à candidatura, como Moema Gramacho (prefeita de Lauro de Freitas), Walter Pinheiro (senador), Luiz Carlos Caetano (prefeito de Camaçari) e Rui Costa (secretário estadual da Casa Civil), os petistas acreditam que o Estado precisa de uma opção com projeção nacional. "O nome de Gabrielli é nacional e ele é um militante respeitado no PT", avaliou Neres.
Mesmo o presidente da Petrobras mantendo vínculos estreitos com seu Estado, o partido quer que todos os pré-candidatos participem ativamente da sucessão municipal e ajudem o PT a saltar de 81 prefeituras para pelo menos 100 municípios governados pela sigla no próximo ano. "Entendíamos de fato que era importante que todas as grande lideranças estivessem aqui para a eleição de 2012", acrescentou o dirigente.
A presidente do diretório do PT em Salvador, vereadora Marta Rodrigues, contou que as negociações entre Dilma e Wagner para a saída de Gabrielli da Petrobras se intensificaram no segundo semestre do ano passado. "A vinda dele é uma sinalização de que ele pode se capacitar mais e se credenciar mais (para ser candidato)", comentou a vereadora. "Estando aqui, ele terá de ter o foco na Bahia", emendou.
A saída Gabrielli da Petrobras não compromete os investimentos da estatal na Bahia, avaliam os petistas. "A presença dele (na Petrobras) ajuda, mas não é o determinante. O que tinha de ser encaminhado, já está encaminhado", concluiu Neres.
No diretório estadual, os petistas usam o discurso de que Gabrielli será um "reforço importante para o governo". "Vincular o Gabrielli à sucessão estadual é um tanto quanto precipitado", desconversou Jutai Moraes de Jesus, da executiva do partido.
Apesar de ser "cotadíssimo" para ser candidato à sucessão de Wagner, Gabrielli terá de se destacar nas eleições deste ano. "O favorito do governador será quem se cacifar. Temos uma eleição duríssima em 417 municípios e temos de ganhar em pelo menos 100", disse Neres. "José Sérgio tanto tem competência para ser presidente da Petrobras quanto para ser governador da Bahia. O que vai determinar se vai ser ou não (candidato) é o momento e a oportunidade política", completou Jutai.
Em 2014, Wagner terá duas opções: deixar o governo estadual para ser candidato à deputado federal ou cumprir seu mandato até o último dia e ser "o governador da Copa". Em 2010, o governador avisou que abriria mão da candidatura ao Senado em 2014 para que o PT oferecesse a vaga a um partido aliado. "Ele abriu caminho para o PT ser cabeça de chapa", disse Neres.
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