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Saiba quem é Paulo Lacerda, diretor-geral da Abin

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Por Redação
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Poder demais sobre investigações sigilosas colocou o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, em rota de colisão com a cúpula da Polícia Federal. Na gênese da crise, está o papel que Lacerda desempenhou na Operação Satiagraha, conduzida oficialmente pela PF. Por meios oficiosos, Lacerda atraiu para sua órbita a parte mais secreta da rumorosa operação, que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas.   Veja também: Entenda as acusações contra a Abin    Mesmo no comando da Abin, que por definição não conduz investigações policiais, Lacerda passou a ter acesso aos grampos e documentos apreendidos pela PF. Na prática, comandava os arapongas da Abin e os arapongas da PF.   O poder de Lacerda sobre um grupo de delegados é histórico. Ele, quando diretor da PF, foi responsável pela montagem de delegacias especializadas de combate ao crime organizado e fortaleceu a área de Inteligência.   O episódio, no entanto, deixou a descoberto a existência de duas polícias, uma comandada pelo diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, e outra por Lacerda.   O conflito entre Lacerda e a PF ganhou capítulo adicional na tarde de ontem. A Federação Nacional dos Policiais Federais divulgou nota com críticas ao diretor da Abin. "Será que o diretor da Agência Brasileira de Inteligência não sabia? Será que o doutor, que tudo sabia quando era diretor-geral da PF, agora não viu, não ouviu e nem falou nada?", diz a nota.   Além da disputa com a PF, Lacerda viu seu comando sobre os agentes da Abin minado. Porciúncula, que migrou para Abin com Lacerda, é um especialista em ações sigilosas. Quando à frente da DIP, a poderosa Diretoria de Inteligência, comandou boa parte das interceptações telefônicas realizadas pela PF.   Mas apenas dois meses depois de alojado na Abin, Porciúncula foi alvo de um dossiê atribuído à arapongas insatisfeitos com o novo comando do órgão. Em dezembro passado, o delegado foi flagrado ao volante de uma BMW X5 de quase R$ 300 mil. O carro, confiscado de um traficante, deveria ser utilizado peal PF em ações de combate ao tráfico. O delegado, no entanto, usava o veículo para se deslocar de casa para a Abin.   A denúncia contra o delegado teria partido dos famosos R2, agentes a serviço da Abin remanescentes do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI). Insatisfeitos com a concentração de poder, das investigações sigilosas, nas mãos de delegados, os R2 teriam "vazado" o caso.

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