Saiba mais sobre acusações contra polícia no caso Jean Charles

Policia foi considerada culpada por violar regras de segurança na operação.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

A polícia de Londres foi condenada por violar regras de saúde e segurança da população na operação do dia 22 de julho de 2005, quando policiais mataram a tiros o brasileiro Jean Charles de Menezes em uma estação de metrô da cidade. 1 - Não houve uma comunicação adequada entre os comandantes da operação e os agentes enviados para seguir e deter Jean Charles sobre a estratégia a ser adotada. 2 - A estratégia com o objetivo de garantir a segurança do público durante a operação não foi nem adequadamente planejada nem adequadamente conduzida. 3 - Tanto os policiais encarregados de coordenar a operação como os policiais enviados para a região onde vivia o brasileiro mostraram um entendimento confuso e inconsistente da estratégia a ser adotada na Scotia Road, a rua onde morava Jean Charles. 4 - Nenhum policial foi destacado para deter e interrogar pessoas que saiam do bloco de apartamentos na Scotia Road, incluindo o próprio Jean Charles. 5 - Não foram adotadas medidas para garantir que agentes armados estivessem na Scotia Road quando Jean Charles deixasse sua casa. 6 - Não havia um plano de contingência para lidar com as pessoas que saíram do bloco de apartamentos antes da chegada de agentes armados. 7 - Nenhuma pessoa foi detida ou interrogada na saída do bloco de apartamentos na Scotia Road. 8 - A polícia não identificou uma área segura e apropriada para a qual as pessoas que estivessem deixando suas casas na Scotia Road pudessem levadas e interrogadas. 9 - As instruções dadas aos agentes armados foram imprecisas e tendenciosas, apresentando um quadro inadequado da operação que estava ocorrendo na Scotia Road. 10 - As informações sobre como identificar Jean Charles, as roupas que vestia e o provável perigo que representava não foram avaliadas de forma apropriada e precisa e passadas aos agentes envolvidos na operação, especialmente os agentes armados. 11 - A polícia não foi capaz de garantir que as dúvidas sobre a identificação correta de Jean Charles como o suspeito Hussain Osman fossem comunicadas aos coordenadores da operação, reunidos em uma sala de controle na sede da Scotland Yard. 12 - Os policiais no controle da operação não se asseguraram de que a identificação de Jean Charles como Hussain Osman, feita por agentes desarmados que o seguiam, estava correta. 13 - Agentes armados não foram enviados aos locais relevantes a tempo de evitar que Jean Charles entrasse em um ônibus e, depois, na estação de metrô de Stockwell. 14 - Os agentes armados não se asseguraram de que a identificação de Jean Charles como Hussain Osman, feita por agentes desarmados que o seguiam, estava correta. 15 - A polícia não adotou medidas efetivas para interromper a circulação de ônibus ou de trens de metrô ou para mudar o trânsito na região da operação a fim de minimizar os riscos às pessoas. 16 - Jean Charles pôde entrar em um ônibus e em uma estação de metrô, mesmo sendo suspeito de estar planejando realizar um atentado suicida e tendo saído de um endereço atribuído a um suspeito de estar planejando realizar um atentado suicida. 17 - Não foram dadas ordens claras e no momento correto para que Jean Charles fosse detido e preso antes de entrar na estação de metrô de Stockwell. 18 - A principal comandante da operação, Cressida Dick, não recebeu informações precisas sobre o paradeiro dos agentes armados quando ela estava decidindo se agentes armados ou desarmados deveriam deter Jean Charles. 19 - A polícia não minimizou o risco inerente ao fato de um agente armado ter sido destacado para deter Jean Charles tanto em relação ao local como ao momento em que isso ocorreu ou à maneira como o brasileiro foi detido. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.