SAIBA MAIS-BH e Porto Alegre mantêm quadro eleitoral indefinido

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Por Redação
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As convenções de vários partidos no último fim de semana começaram a definir o quadro político para as eleições municipais em algumas capitais, mas em Belo Horizonte e Porto Alegre ainda permanecem impasses a serem selecionados. Enquanto em São Paulo e no Rio de Janeiro os candidatos estão escolhidos e, mesmo restando ainda algumas convenções, não se esperam mais surpresas, na capital mineira tudo ainda depende da consolidação da aliança que uniria PT e PSDB em torno de uma candidatura comum. Já em Porto Alegre continua a espera pela definição do atual prefeito José Fogaça (PMDB), que poderia mudar o equilíbrio de forças, e o desfecho da crise que enfrenta a governadora Yeda Crusius (PSDB). Veja a seguir como está a situação eleitoral em cinco capitais: SÃO PAULO A cidade terá três candidatos principais na disputa. Geraldo Alckmin, confirmado como candidato do PSDB na convenção do último domingo, se impôs à tentativa do governador tucano José Serra de manter a aliança com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que busca se manter no cargo. Após o resultado, tanto Alckmin quanto Serra pediram o apoio do Democratas no segundo turno, enquanto o ex-governador precisará manter sua palavra de não tratar Kassab como adversário. Sem o PSDB, a expectativa é saber qual será o relacionamento de Kassab com Serra, de quem se considera discípulo, e como atuarão secretários e outros tucanos que integram sua gestão. O prefeito precisará contar com os aliados PMDB, de Orestes Quércia, PR e PV. Marta Suplicy (PT), que terá seu nome oficializado no domingo, está em conversações adiantadas com o bloco de esquerda (PCdoB, PSB e PDT) depois que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) abdicou de se candidatar a prefeito para apoiá-la. O apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se concretizado na campanha, pode ampliar a aceitação de Marta na periferia. RIO DE JANEIRO O quadro político está desenhado com a esquerda dividida em três candidaturas, o PMDB rachado e ameaçado por recursos à Justiça eleitoral, o líder nas pesquisas com imagem arranhada pelo episódio com militares no Morro da Providência e o candidato Fernando Gabeira (PV-PSDB-PPS) tentando se fazer conhecido além da zonal sul da cidade. Ao se definir por Eduardo Paes, o PMDB do governador Sérgio Cabral derrotou o grupo comandado pelo ex-governador Anthony Garotinho, mas criou um problema que promete se arrastar. Paes foi exonerado do cargo de secretário estadual de Turismo com data retroativa no Diário Oficial e o DEM promete levar a questão à Justiça. O PT confirmou a candidatura do deputado estadual Alessandro Molon, que disputará eleitorado com Jandira Feghali (PCdoB) e Chico Alencar (PSOL). O bispo evangélico e senador Marcelo Crivella (PRB) enfrenta o desgaste da morte de três moradores do Morro da Providência com o envolvimento do Exército que protegia obras sociais suas. E o DEM, que governou a cidade nos últimos 16 anos, ainda fará a convenção que irá homologar a candidatura da deputada federal Solange Amaral. BELO HORIZONTE Na capital mineira, a situação permanece indefinida. Em convenção, o PT homologou a chapa encabeçada por Márcio Lacerda (PSB), com o deputado estadual Roberto Carvalho (PT) como vice, mas o registro da aliança ainda está condicionado à participação do PSDB do governador Aécio Neves na coligação. Isso porque o diretório municipal petista acatou o veto da direção nacional do partido à coligação com os tucanos, mas pediu que essa decisão seja revista até dia 29, quando ocorre a convenção do PSB. Caso prevaleça o veto e os socialistas decidam fazer aliança com o PSDB, o PT sai da coligação e define candidatura própria, segundo o presidente estadual petista, deputado federal Reginaldo Lopes. Já o PMDB escolheu o deputado federal Leonardo Quintão, enquanto o PDT definiu o nome do ex-deputado federal Sérgio Miranda para concorrer ao executivo. Integrantes dos dois partidos, no entanto, não descartam a possibilidade de abrirem mão das candidaturas para apoiar alguma coligação na capital. No fim de semana, o PCdoB também faz convenção, na qual deve ser definido o nome da deputada federal Jô Moraes. PORTO ALEGRE A capital gaúcha continua à espera da definição do prefeito José Fogaça (PMDB) de disputar a reeleição. Eleito pelo PPS, que trocou pelo PMDB, Fogaça parte de um patamar elevado de 20 por cento das intenções de voto, mas adia sua decisão, tentando aglutinar em sua candidatura os partidos que o apóiam na prefeitura. A data limite para convenções partidárias é dia 29 deste mês. Assim como no Rio, a esquerda se divide entre três candidaturas: Maria do Rosário (PT), Manuela D'Ávila (PCdoB) e Luciana Genro (Psol). O DEM homologou a candidatura do deputado federal Onyx Lorenzoni, que terá como vice o deputado estadual Mano Changes (PP), vocalista de uma banda de rock, na tentativa de atrair o eleitor jovem. SALVADOR PMDB e DEM já realizaram suas convenções e estão com a campanha na rua. O PMDB busca a reeleição do prefeito João Henrique, com o apoio explícito do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. A coligação que agrega mais seis partidos terá 9 minutos no horário eleitoral. O DEM, do deputado ACM Neto, adversário preferencial do governador Jaques Wagner (PT), reúne mais sete partidos em sua coligação e terá 5,5 minutos de TV. PSDB e PT fazem suas convenções esta semana. Os tucanos vão escolher o ex-prefeito Antonio Imbassahy, e o PT apresentará a chapa dos deputados Walter Pinheiro e Lídice da Mata (PSB). O PT conta com o apoio de Jaques Wagner, mas o governador também compareceu à convenção do PMDB, que integra sua base de apoio, e prometeu equidistância no primeiro turno. (Reportagem de Carmen Munari, José de Jesus Barreto, Mair Pena Neto, Marcelo Portela e Sinara Sandri)

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