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Sai mais caro investir na Febem do que em educação

Por Agencia Estado
Atualização:

Quando o tema é violência, investir em educação sai mais barato. Segundo dados do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud), enquanto cada jovem internado na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) custa pelo menos R$ 1.600 por mês, custear um jovem no ensino fundamental sai por R$ 700 por ano. Sob essa ótica, no ano passado o instituto editou uma cartilha contra a redução da idade penal, já que a reincidência de adultos é muito maior do que a de adolescentes e não inibiria os crimes. "Se baixarmos para 16, traficantes usarão meninos de 15", diz o pesquisador Túlio Kahn. Para educadores, jogar mais cedo adolescentes em cadeias significa "apagar fogo com gasolina". "Em vez de apelar para ações ineficazes, tem de cumprir a lei e mudar as Febens que praticam educação para marginalização", diz Antônio Carlos Gomes da Costa. As medidas sócio-educativas em meio aberto podem ser uma saída, já que saem mais barato que internação - R$ 100 por mês - e são mais eficazes em termos de reincidência. Orientação Investir em programas de apoio familiar e combate à violência doméstica é outra estratégia. "A trajetória muitas vezes é previsível: a criança sofre violência em casa e vai para rua pedir. Aí começa a praticar pequenos delitos, que depois se tornam maiores", diz outra pesquisadora do Ilanud, Karina Sposato. Para Márcio Sanchez, do Instituto de Estudos Sócio-Econômicos, é preciso cumprir o orçamento dos programas de recuperação de infratores "Até novembro, eles haviam recebido só 7% dos recursos." A diretora do Departamento da Criança e do Adolescente (DCA) do Ministério da Justiça, Maria Ignez Bierrenbach, diz que todo o dinheiro disponibilizado a seu departamento foi executado mas reconhece que R$ 11 milhões dos R$ 26 milhões destinados à reinserção social não chegaram.

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