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Sacoleiros e polícia se confrontam no Paraná

Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo de sacoleiros entrou em confronto com policiais federais, civis, militares e guardas municipais no sábado à noite numa avenida central de Foz do Iguaçu, no Paraná. Inconformados com a apreensão da mercadoria comprada no Paraguai, eles atearam fogo em pneus e quebraram vidros dos prédios próximos. Os policiais usaram balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersá-los. Pelo menos dez sacoleiros ficaram feridos e três foram presos. O tumulto teve início quando fiscais da Receita Federal tentaram vistoriar, no centro da cidade, cinco ônibus que já haviam passado pelo controle da aduana na Ponte da Amizade (Brasil-Paraguai). Os sacoleiros resistiram e os fiscais chamaram reforço. No final, as mercadorias foram apreendidas. A ação faz parte de uma operação de repressão ao contrabando que envolve 150 homens das polícias Federal e Rodoviária Federal. Os sacoleiros se queixam do arrocho na fiscalização da Receita Federal nesse período de compras natalinas. Com a interdição temporária para obras do posto de fiscalização em Medianeira (60 km de Foz), o controle das mercadorias importadas foi intensificado na aduana da Ponte da Amizade, que liga Foz a Ciudad del Este. O número de fiscais no lugar passou de sete para 14, elevando o índice de fiscalização por amostragem de 5% para algo em torno de 30%. Além do pente-fino em carros, ônibus e pedestres, os sacoleiros ainda têm de se cadastrar na aduana antes de regressar ao Brasil. Depois de inscritos, qualquer compra feita antes do prazo de um mês é considerada contrabando, mesmo que esteja dentro da cota de isenção, de US$ 150. Outro motivo de queixa é a obrigatoriedade da Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA). Essas medidas têm causado longos engarrafamentos no trânsito da ponte, por onde passam por dia cerca de 19 mil veículos, segundo a Polícia Rodoviária Federal. O controle alcançou até os mototaxistas, que antes tinham trânsito livre sobre a ponte. Pelo menos mil deles, entre brasileiros e paraguaios, vivem do transporte de sacoleiros de um lado a outro da fronteira. Os problemas se estendem a outro ponto da fronteira. Há quatro dias lojistas de Foz interditaram a Ponte da Fraternidade (Brasil-Argentina) devido às restrições a produtos brasileiros. O governo argentino adotou medidas para restringir a evasão de divisas por meio de compras no Brasil. Além de reduzir de US$ 100 para US$ 40 a cota mensal para compras de alimentos, há 15 dias proibiu as pequenas importações de móveis, eletrodomésticos e materiais de construção.

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