Russomanno critica PT e diz que sua candidatura não é 'voo de galinha'

Após reuinão de tucano com coordenador de sua campanha, candidato sobe o tom contra o candidato petista

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Por Ricardo Chapola e Julia Duailibi - O Estado de S. Paulo
Atualização:

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, afirmou que sua candidatura não é ‘voo de galinha’ e subiu o tom das críticas ao petista Fernando Haddad. "Eu posso te dizer que não resolvemos o problema da educação", afirmou em entrevista exclusiva ao Estado nesta terça-feira, 24. Na sexta-feira, o candidato do PSDB, José Serra, encontrou-se com o coordenador da campanha de Russomanno, o presidente do PRB, Marcos Pereira. "Serra queria ouvir, ou melhor, o Kassab (prefeito paulistano) queria ouvir que não existirão ataques pessoais", disse o candidato do PRB, empatado tecnicamente em primeiro lugar com o adversário tucano segundo a última pesquisa Datafolha.   Analistas dizem que quando o eleitor do PT perceber que o candidato do partido é Fernando Haddad o sr. cairá nas pesquisas. Meu eleitorado é muito pessoal. Isso a gente nota claramente quando as pessoas me encontram. Tem muita gente indecisa. E muita gente que não sabe que sou candidato. Como pretende manter a liderança com um dos menores tempos de TV no horário eleitoral? Tenho uma vantagem: eu sou de televisão. Então, talvez com menos tempo de TV, eu possa fazer muito mais do que alguém que não tenha experiência com televisão. É uma vantagem sobre a desvantagem.   Adversários dizem que a sua candidatura é "voo de galinha". Se o voo é de galinha, essa galinha voa bem pra caramba. As pessoas, em eleições majoritárias, votam nos nomes. Existem muitas outras campanhas que foram assim. Analise a campanha do prefeito de Salvador (João Henrique eleito prefeito em 2004 pelo PDT). Ele se elegeu prefeito contra todas as forças políticas mais fortes.   Então por que o sr. não foi eleito governador pelo PP em 2010? Uma campanha para governador requer muito dinheiro. Tive um comitê só. Os outros candidatos tinham comitê em todas as cidades do Estado. E além de não ter estrutura, estava literalmente abandonado. Toda a minha estada no PP foi de guerras homéricas. No meio da campanha, Paulo Maluf declarou que o melhor candidato era Alckmin. Paguei o pão que o diabo amassou, só Deus sabe. O sr. acha que Haddad vai ser criticado pela aliança com o PP? Eu acho não, eu estou vendo isso no dia a dia. O sr., que foi do PP, terá legitimidade para fazer essa crítica? Vou dizer que quem tem que explicar Maluf é ele, não sou eu. Em 2010, o sr. recebeu ajuda de doadores do PT para atacar Alckmin e forçar um segundo turno com Aloizio Mercadante? Não, é só olhar os doadores. O sr. Paulo Maluf soltou boatos. Serra encontrou-se com o coordenador da campanha do sr., Marcos Pereira, para discutirem uma campanha sem ataques. Serra queria ouvir, ou melhor, o Kassab queria ouvir que não existirão ataques pessoais. E isso estou falando desde o começo da campanha. A única diferença é que falei através da mídia, e Marcos Pereira falou pessoalmente. Uma campanha com ataques pessoais não constrói absolutamente nada. Então o sr. vai defender a gestão Kassab? A minha posição é muito clara. Sou independente, tenho apontado os problemas e tenho dado solução. Não vejo o que é ser oposição numa eleição. O PSDB tem interesse de que o sr. continue forte para impedir o crescimento de Haddad. Por que eles têm medo do PT? Pode ser uma doce ilusão, não pode? Pode ser que seja mais difícil me derrotar. Uma das bandeiras de Haddad é a gestão no Ministério da Educação. Como avalia a gestão dele? Educação se faz no dia a dia. Quero que as escolas sejam em período integral na prefeitura. Dizer que vai ser da noite para o dia é uma loucura. Os professores não estão preparados, e nós não temos estrutura para isso. Haddad, especialista em educação, foi falar isso para os professores e foi vaiado. O que acha do kit gay proposto pelo ministério na gestão Haddad para combate à homofobia? Se pretendemos dar aulas de sexo nas escolas, precisamos primeiro treinar os professores. Mas a forma como foi feito sou contra. Não acho que deveria ter sido feito dessa forma. Não é dessa forma que você vai construir a sexualidade das pessoas. Mas ele foi um bom ministro da Educação? Não vou analisar. Porque vou entrar em ataques pessoais... Então o sr. iria criticá-lo? Vou falar da deficiência dos serviços públicos. E eu posso te dizer que não resolvemos o problema da educação. E o Serra foi o melhor ministro da Saúde que o País teve, como prega a propaganda do PSDB? Existem acertos e erros da administração. Um acerto é a discussão dos genéricos no Brasil.

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