Ruralistas desistem de vigiar sem-terra no Sul

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os fazendeiros do Rio Grande do Sul decidiram desmontar as barracas e o posto de vigilância que haviam instalado a 1,5 mil metros de um acampamento dos sem-terra em Passo da Faxina, a 38 quilômetros de Santana do Livramento. Em assembléia que reuniu cerca de mil proprietários rurais de toda a região sul do Estado neste domingo, os ruralistas consideraram que a permanência de um destacamento de 12 soldados da Brigada Militar é suficiente para acionar a força oficial de segurança para controlar eventuais deslocamentos dos sem-terra. A decisão atende a um pedido do secretário estadual da Reforma Agrária e Cooperativismo, Vulmar Leite, que acredita que a retirada dos fazendeiros reduz a possibilidade de conflitos na região. O acampamento dos ruralistas havia sido montado na segunda-feira e mantinha pelo menos 50 pessoas permanentemente no local. A vigília era garantida pelo rodízio entre filiados de sete sindicatos rurais da região. Desde que os sem-terra começaram a se deslocar de zonas rurais e da periferia de cidades da região sul para novos acampamentos, no início do mês, estavam sob constante vigilância e eram escoltados pelos fazendeiros inclusive em suas viagens. Em março o MST montou três novos acampamentos no Rio Grande do Sul. Além de Passo da Faxina, dois grupos montaram suas barracas em Pantano Grande e Rio Pardo. Com os acampamentos já existentes desde o ano passado, em Arroio dos Ratos, Capão do Leão e Júlio de Castilhos, 2,5 mil famílias estão à beira de estradas ou em terrenos cedidos por simpatizantes à espera do assentamento.

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