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Ruralistas acusam 'oportunismo' em debate sobre mortes no campo

Parlamentares criticam postura de ambientalistas ao relacionar crimes no Norte do País às discussões sobre o Código Florestal no Congresso

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Por Redação
Atualização:

RIO - Parlamentares ruralistas classificaram como "oportunismo" o tratamento dado por ambientalistas às mortes de trabalhadores e líderes camponeses na Amazônia nas últimas semanas.

 

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Para a senadora Kátia Abreu (ex-DEM-TO) e o deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO), os assassinatos são crimes comuns, sem relação com denúncias de irregularidades ambientais na região. "Isso é oportunismo. É querer usar uma situação trágica, que é inaceitável para todos nós, e culpar uma lei ambiental ou um Código Florestal. Tenhamos paciência!", exclamou Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

 

Segundo a senadora, a violência no campo é resultado de invasões de propriedades privadas. "É lamentável que estejamos diante de uma situação como essa, mas no Brasil a segurança pública tem sido um problema nacional", avaliou. "A CNA já pediu ao Ministério da Justiça um plano de combate às invasões de terra para conter a violência no campo, mas nada foi feito."

 

Palocci. O deputado Moreira Mendes, líder da bancada ruralista, foi além: afirmou que a atenção dada às mortes dos camponeses é uma estratégia do governo para abafar a crise envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

 

"Há uma tentativa de confundir a opinião pública, exatamente por conta dessa história do Palocci", declarou. "Assassinatos ocorrem todos os dias em todos os lugares do Brasil, com velocidade até muito maior."

 

Engajados na aprovação das alterações do Código Florestal, em tramitação no Congresso, os parlamentares cobraram rapidez na votação do texto no Senado - rejeitando o prazo de 180 dias pedido pelo líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB).

 

"Acho lamentável esse prazo de 180 dias, sem necessidade. Gostaríamos muito de votar antes do recesso de julho, se o Senado compreender a nossa angústia e o desespero no campo", disse Kátia Abreu.

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"Não queremos esconder ou atropelar o processo, mas há uma insegurança jurídica no campo que se arrasta por mais de dez anos", acrescentou a presidente da CNA.

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