Roseana reclama da falta de repasse voluntário de verbas

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Por Agencia Estado
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A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), disse hoje que, quando reclama dos poucos investimentos federais no Estado, se refere a "repasse voluntário" e não à "obrigação". "Os repasses constitucionais são obrigatórios; não tem como escapar; eu tenho meus repasses constitucionais com os municípios. As obrigações eu não conto. Eu falo de aplicações que são repassadas livremente", disse, mais uma vez afirmando que, neste aspecto, o Maranhão tem recebido poucos recursos da União. Roseana voltou a defender uma aliança entre os partidos da base aliada para garantir "a governabilidade" da futura administração federal. Uma pesquisa do BNDES publicada na Agência Estado mostra que as transferências constitucionais de recursos do governo federal, entre 1998 e 2001, cresceram no Maranhão acima da média no Nordeste. Em números absolutos, o Maranhão, foi o terceiro Estado nordestino em repasses. As transferências constitucionais passaram de R$ 842 milhões em 1998 para R$ 2,2 bilhões em 2001. A governadora citou a diferença entre o que é previsto para o Maranhão no Orçamento da União e o que é de fato repassado para o Estado. "O volume de recurso no Orçamento é um. Quando fecha o Orçamento e vê o percentual que foi repassado a cada Estado, é outro." Os números do governo do Maranhão informam que o valor autorizado para investimentos federais no Estado foi de R$ 808 milhões, mas foram pagos R$ 147,4 milhões. No ranking dos investimentos federais, o Maranhão ficou em 17º lugar entre os 27 Estados. Alianças Roseana afirmou que a aliança governista será inevitável nas eleições presidenciais. "Nenhum candidato hoje faz a maioria no Congresso Nacional e só se governa, o País só é governável, se tiver maioria no Congresso. Ou no primeiro ou no segundo turno vai ter que ter essa aliança", afirmou. Ao ser questionada sobre a viabilidade de uma união do PSDB com o PFL, respondeu: "Acho viável uma aliança entre o PFL e o PSDB", deixando claro que não pretende abrir mão da cabeça de chapa, uma vez que está mais bem posicionada nas pesquisas de intenção de voto do que o concorrente tucano, José Serra. "O que se trabalha e sempre se trabalhou é que a gente recomponha a aliança que elegeu o presidente Fernando Henrique Cardoso, que os partidos da base aliada voltem a se reunir", declarou a candidata pefelista. Dengue, carnaval e fome Com uma forte gripe que a deixou quase sem voz, a governadora esteve na Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o presidente da instituição, Ivan Simonsen Leal. O governo do Maranhão e a FGV têm convênio para criação de oito centros de formação tecnologia para qualificar a mão-de-obra do Estado em áreas como informática. Questionada se não temia estar com dengue, a governadora disse: "Espero que não." Ela não quis comentar a epidemia da doença existente no Rio. "Espero que não chegue ao Maranhão", afirmou. Por causa da gripe, a governadora cancelou a visita que faria ao barracão da escola de samba Grande Rio, que fez uma homenagem ao Maranhão no enredo do carnaval deste ano. Roseana não fez mais comentários sobre a pobreza no Estado. Informou que vai se manifestar através de nota oficial. Na segunda-feira, primeiro dia da viagem ao Rio, a governadora disse ter certeza absoluta que não há fome no Maranhão. No dia seguinte, o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Ricardo Paes de Barros, responsável por um estudo de focalização da pobreza maranhense, afirmou ser impossível afirmar que não há fome no Maranhão, uma vez que pesquisas indicam a existência de fome em todos os Estados brasileiros.

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