Roseana não está garantida na chapa, diz FHC

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Por Agencia Estado
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O presidente Fernando Henrique Cardoso deixou claro que o fato de a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), despontar em segundo lugar em pesquisas de opinião não garante a escolha do nome da parlamentar para a candidatura da coalizão governista às eleições de 2002. Em entrevista ao jornal peruano El Comércio, de linha conservadora, FHC reiterou que o anúncio do candidato dessa aliança somente ocorrerá em março. "Ela (Roseana) tem uma popularidade elevada, mas é cedo para saber quem será o candidato. Isso ficará para março", declarou o presidente. A declaração de FHC reforça as regras que ditou, como chefe da coalizão governista, para a escolha do candidato à corrida eleitoral de 2002. Primeiro, indica que ele pretende extinguir de vez as dúvidas sobre uma possível antecipação do anúncio do nome que encabeçará a chapa. Depois, mostra que FHC pretende garantir a cada um dos partidos da base - PSDB, PFL, PMDB e PPB - o direito de apresentar e de defender seus próprios pré-candidatos. Terceiro, explora o período de quatro meses, até o prazo final previsto pelo Superior Tribunal Eleitoral (STE), em março, para a avaliação de qual o nome que terá mais chances para vencer as eleições. Essas regras foram "ditadas" pelo presidente na última sexta-feira, horas depois de ter desembarcado em Lima, onde participou da 11ª Reunião de Cúpula Ibero-Americana. Na ocasião, ele foi enfático ao declarar que nenhum dos partidos da base governista teria, neste momento, o direito de eliminar o nome de qualquer pré-candidato. "Ninguém pode vetar ninguém. Nem o PSDB, nem ninguém", arrematou. Nunca Lula esteve tão limitado, diz FHC Questionado pelo jornal El Comércio se Luis Inácio Lula da Silva, do PT, seria um candidato de força à sua sucessão, FHC afirmou que "nunca o ponto de partida de Lula foi tão limitado" quanto neste momento. Ele ressalvou que seus índices de popularidade chegaram a 34%, mas estão baixando, e que ainda é "muito cedo para saber quem vai ganhar". Consciente da realidade do Peru, onde mudanças na condução do governo ainda inspiram cuidados em relação à preservação da ordem democrática, FHC esclareceu que a vitória de Lula não provocaria, no Brasil, riscos às instituições democráticas. "Se o Lula ganha, ganha o Lula. Estamos em uma democracia", afirmou ao jornal peruano. O presidente embarcou de volta ao Brasil hoje, às 13h30 (hora de Brasília). Ao deixar o hotel onde esteve hospedado desde a última sexta-feira, ele preferiu não dar novas declarações à imprensa.

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