Roseana e Heloísa Helena são atrações de jantar com FHC

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Por Agencia Estado
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Duas mulheres foram a atração maior do jantar que o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), ofereceu ao presidente Fernando Henrique Cardoso e aos presidentes dos tribunais superiores na noite desta quarta-feira. Roseana Sarney nem foi convidada, mas fez-se presente, como parte do esforço de seu pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), para mostrá-la como a candidata mais viável à Presidência da República. A outra, a senadora Heloísa Helena (PT-AL), não se parecia com aquela do convívio do dia-a-dia com os colegas. Não estava brava e, surpresa completa, usava saia e blusa pretas, não o tradicional jeans e camisa branca. Fernando Henrique chegou à residência oficial do presidente do Senado, no Lago Sul, por volta das 20h30. Conversou um pouco com os mais de 50 senadores presentes, falou mais longamente com José Sarney e dirigiu-se à mesa em que estava Heloísa Helena. ?Todo mundo aqui quer apresentar-me à senhora; vim então, espontaneamente, conhecê-la?. Heloísa, que fala mal do governo pelo menos duas vezes por dia, estendeu a mão para Fernando Henrique. E o ouviu dizer que alguns de seus antepassados eram de Viçosa, sertão de Alagoas. Nesse momento, o senador Pedro Piva (PSDB-SP) gritou: ?Cuidado, presidente, todo dia ela fala muito mal do senhor; não fale com ela?. O presidente e a senadora ficaram sem graça, relata a própria Heloísa. Ela respondeu: ?Falo mal do governo lá no Senado e aqui, se for preciso?. De um canto, alguém berrou: ?Ela é a defensora dos pobres?. Fernando Henrique propôs: ?Por que não defendemos o povo juntos?? Antes que Heloísa respondesse, apareceu o senador Eduardo Suplicy (PT-AL). E piorou a situação, segundo a senadora. ?Heloísa, fale para o presidente da sua teoria do mandarim?. Heloísa diz que corou. Fernando Henrique a animou: ?Fala?. Suplicy: ?Fala?. Heloísa: ?Bem, costumo ler muito sobre os mandarins, os ronins e sua cultura?. E continuou: ?Diz a tradição oriental que a espada do mandarim tem de ser molhada sempre no sangue do inimigo?. Ontem, depois da sessão do Senado, Heloísa comentou: ?Se eu fosse descendente de um mandarim, teria enfiado a espada no senador Suplicy?. Enquanto Fernando Henrique e Heloísa tentavam se entender, José Sarney corria de mesa em mesa para falar do potencial eleitoral de Roseana. Ficou sabendo que em Sergipe e no Espírito Santo existem pesquisas que já mostram Roseana em primeiro lugar e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, em segundo. Foi o suficiente para Sarney se animar de vez e tentar convencer a todos no jantar ? até mesmo os integrantes do bloco de oposição ? de que a candidatura de sua filha é a melhor. Quando Fernando Henrique chegou, foi logo falar com Eduardo Suplicy. Ouviu-se uma voz: ?Presidente, este é o senador Suplicy?. Fernando Henrique respondeu: ?Senador Suplicy não; para mim ele é o Eduardo?. Em frente a uma televisão próxima, alguns senadores aguardavam o início do jogo entre o Fluminense e a Ponte Preta. O senador Paulo Souto (PFL-BA) contou que torce pelo tricolor do Rio. Disse que já foi comentarista esportivo e que, na profissão, aprendeu a gostar do Fluminense. Seu time venceu a Ponte Preta por 3 a 2. Depois que o presidente se afastou de Heloísa Helena, foi a vez dos senadores juntarem-se à colega. Como nunca a tinham visto de saia, resolveram fazer brincadeiras. Carlos Wilson (PTB-PE) chamou-a de Anita, numa alusão à personagem vivida por Mel Lisboa numa minissérie de televisão a respeito dos amores de um cinquentão por uma adolescente. O líder do governo, Artur da Távola (PSDB-RJ), que estava acompanhado da mulher, procurou Heloísa e disse: ?Você é uma estraga-prazer?. Ela perguntou por quê. Ele respondeu: ?Tínhamos feito uma aposta sobre quem veria suas pernas primeiro; e você aparece de saia para o coletivo?. Heloísa diz que nem estava vestida assim para chamar tanto a atenção: ?Estava com uma blusa de mangas compridas, uma saia e meias pretas?. Tímida, diz que nem jantou. ?Preferi ficar no sorvete.?

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