O governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, deverá enfrentar nas próximas semanas mais uma série de denúncias por participação em um suposto "esquema de dreno de recursos públicos", como afirma o subprocurador da República José Roberto Santoro. A primeira ação, dessa série, foi ajuizada por Santoro na noite da última sexta-feira no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A denúncia aponta que o governo do Distrito Federal comprou, por intermediários, simuladores de urnas eletrônicas usadas para o treinamento de eleitores. As urnas foram apreendidas no ano passado pela polícia federal. O simples uso do equipamento já constitui crime, segundo o artigo 340 do Código Eleitoral, aponta o subprocurador. O outro crime envolvido é o de peculato, pois foi usado dinheiro público na aquisição dos esquipamentos. Segundo o subprocurador, a perícia comprovou mediante os números de séries das máquinas e as notas fiscais, que os simuladores de urnas foram adquiridas pela empresa Linknet. A empresa teria alugado os equipamentos para o Instituto Candango de Solidariedade (ICS), uma entidade que fornece equipamentos e serviços ao governo do Distrito Federal, sem as restrições de um órgão público. A articulação entre a empresa, o governador e outros membros do grupo caracteriza formação de quadrilha, segundo Santoro, e este terceiro crime também está sendo denunciado. Na semana passada o Ministério Público Federal impetrou a primeira ação criminal contra o governador, acusando-o de não cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Roriz teria, segundo as investigações, feito licitações para a compra de remédios, além de fazer compras para a Secretaria de Saúde, sem ter recursos disponibilizados. Ele também foi acusado de não ter utilizado recursos na mesma área, ignorando parecer do Tribunal de Contas do DF.