PUBLICIDADE

Roriz desiste de candidatura em favor de esposa

Candidato ao governo do DF teve o próprio registro negado pela Lei da Ficha Limpa

Por Carol Pires
Atualização:

BRASÍLIA - Barrado pela lei da Ficha Limpa, o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) desistiu de concorrer a um quinto mandato nestas eleições e lançará a esposa, Weslian Roriz, em seu lugar. A decisão foi tomada em reunião na manhã desta sexta-feira, 24, entre Roriz, advogados e coordenadores da campanha. As informações estão sendo confirmadas pela assessoria de imprensa da filha dele, Liliane Roriz.  

PUBLICIDADE

"Depois de passar a manhã em reunião, o ex-governador Joaquim Roriz decide lançar a esposa Weslian Roriz como candidata a governadora do Distrito Federal. O vice é Jofran Frejat. Nunca ocupou cargo público", afirma notícia publicada no site de Liliane, que é candidata a deputada distrital.

 

Ao Estado, o advogado da coligação "Esperança Renovada", Eládio Carneiro, disse que a campanha ainda está "aventando a possibilidade", e que os partidos que fazem parte da coligação ainda irão se reunir esta tarde para formalizar a decisão.

 

Segundo Carneiro, Joaquim Roriz avaliou que seria um risco esperar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade da lei da Ficha Limpa, uma vez que, se Roriz levasse a disputa para o segundo turno, não poderá mais trocar o candidato. Se fosse eleito em 3 de outubro, não poderia assumir. Pela Lei Eleitoral, as coligações podem trocar os candidatos até o dia da eleição. A foto na urna, porém, continuará sendo a de Roriz, pois o prazo para troca venceu no início do mês.

 

O julgamento no STF foi suspenso à 1h15 de hoje após mais de dez horas de debate e terminou empatado em 5 a 5. Os ministros têm reunião extraordinária marcada para segunda-feira para decidir se como desempatar a questão. É possível que o voto final fique a cargo do 11º. ministro, que ainda sequer foi nomeado pelo presidente.

 

Roriz foi considerado inelegível pela Justiça Eleitoral por ter renunciado ao mandato de senador, em 2007, para escapar de processo disciplinar que poderia cassar seu mandato e seus direitos políticos. O então senador havia sido flagrado em conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal negociando a partilha de dinheiro de propina.

 

O ex-governador vinha liderando as pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha, mas depois que a Justiça Eleitoral barrou a candidatura dele, as pesquisas apontaram recuperação do adversário dele, Agnelo Queiroz (PT), que aparece em primeiro lugar desde então.

Publicidade

 

Ele costuma dizer em comícios que a decisão da Justiça Eleitoral foi uma tentativa dos adversários dele de vender a disputa "no tapetão", e que só é candidato porque responde a um "desígnio de Deus". Roriz também divulgou um manifesto a Brasilia afirmando ser candidato. "A minha foto, o meu nome e o meu número 20 vão estar lá para vocês votarem. Meu adversário, desonestamente, tenta confundir o povo, dizendo que não sou candidato. Eles sempre tentam fazer isso, nas últimas três campanhas que disputei para governador tentaram impedir a minha candidatura e não conseguiram", diz o texto.

 

Atualizado às 14h10

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.