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Rollemberg tenta se cacifar no PSB com equilíbrio fiscal

Governador do DF tem o desafio de reorganizar finanças e ocupar vácuo de liderança nacional da sigla após morte de Campos

Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - A crise financeira no Distrito Federal fez o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciar uma série de medidas para tentar contornar a situação em sua primeira semana no posto. Ao tentar colocar as finanças em ordem, Rollemberg tem como objetivo paralelo se cacifar em seu partido e preencher o vácuo de liderança nacional da sigla após a morte do ex-governador Eduardo Campos. Além de reduzir o número de secretarias de 38 pra 23 e exonerar todos os servidores ocupantes de cargos comissionados, Rollemberg cortou gastos variados. Na lista, foram cancelados repasses para o Carnaval deste ano e as Olimpíadas Universitárias de Verão, que ocorreriam em 2019.

Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) Foto: Dida Sampaio/Estadão - 05.01.2015

A equipe econômica do governador avalia haver um rombo de R$ 3,5 bilhões nos cofres públicos deixado pelo antecessor, Agnelo Queiroz (PT). O novo governo alega ter recebido o caixa praticamente zerado, com R$ 64,2 mil na conta. Os salários dos servidores da saúde e da educação, que deveriam ter sido pagos ontem, ainda não foram depositados. Para piorar a situação, Rollemberg teve negado seu pedido ao Ministério da Fazenda para antecipar R$ 412 milhões do Fundo Constitucional do DF. Essa fonte de auxílio financeiro, que deve chegar aos R$ 6 bilhões neste ano, vem da União para ajudar na folha de pagamento da saúde, educação e segurança pública. Integrantes do governo do DF afirmam que a situação é ainda mais complicada porque Agnelo teria adiado despesas obrigatórias, que crescem mais do que a arrecadação local. Neste ano, estimam-se gastos de R$ 26,6 bilhões ante receitas de R$ 20,9 bilhões. O DF é hoje o principal governo sob o comando do PSB, que também administra Pernambuco e Paraíba. O objetivo é reorganizar as finanças para mostrar que a sigla tem capacidade de gestão. "O DF vai precisar de providências bastante eficientes e enérgicas para se transformar numa vitrine", diz o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. / COLABOROU FÁBIO BRANDT

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