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Rodrigues é reeleito presidente da Câmara de SP

Por Anne Warth
Atualização:

Ainda que ameaçado de perder o cargo, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP) foi reeleito à presidência da Câmara Municipal de São Paulo hoje, por 52 votos favoráveis, duas abstenções e a ausência do vereador Gilberto Natalini (PSDB) - que deixou a sessão logo após assumir o posto. Rodrigues precisava de 28 votos para se reeleger presidente da Casa e obteve uma vitória já esperada pelos membros da Câmara. Desde o início de dezembro, um acordo firmado entre todos os partidos da Casa, exceto o PPS, já indicava a reeleição de Rodrigues. Pelo acordo, o "centrão" (PR, PV, PTB, DEM, PP, PSB e PMDB) manteve a sua força de coalizão, formada desde 2004, ficando com a segunda vice-presidência da Câmara (Paulo Frange/PTB), a segunda secretaria da Mesa (Milton Leite/DEM), o segundo-suplente (Goulart/PMDB), e a corregedoria (Wadih Mutran/PP). Já o PT ficou com o primeiro secretário da Casa, (Francisco Chagas) e o primeiro-suplente (Chico Macena); ao PSDB coube a vice-presidência da Câmara (Dalton Silvano). Rodrigues foi condenado pela Justiça paulista por improbidade administrativa, referente à época em que era diretor da Empresa Metropolitana de Transporte Urbanos (EMTU), entre 1990 e 1994, durante a gestão de Paulo Maluf (PP), sob acusação de ter superfaturado contratos de mão-de-obra. A defesa do vereador entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério Público de São Paulo, autor da ação contra o vereador, refuta a defesa e alega que não cabe mais recurso. O novo presidente da Câmara ressaltou que precisava de apenas 28 votos para ser eleito presidente da Casa e que Natalini foi o único dos 13 vereadores tucanos a descumprir o acordo. "Nós somos independentes. Não somos uma secretaria do Executivo", respondeu Rodrigues, quando questionado sobre avaliações segundo as quais o "centrão" é um grupo "fisiológico e sem ideologia". E continuou: " Na hora em que precisar votar contra o prefeito Kassab, eu vou votar contra. Na hora em que tiver que derrubar um veto, eu vou colaborar para derrubá-lo", insistiu. Abstenção O vereador Cláudio Fonseca (PPS) justificou a abstenção de seu partido nas votações para a Mesa Diretora pelo fato de o PPS não ter sido consultado na composição do acordo. Além disso, seu partido defendia que a maior bancada da Câmara elegesse o presidente da Casa - neste caso, o PSDB. O PPS só votou para a eleição do corregedor, Wadih Mutran (PP), cargo que não integra a Mesa Diretora. Nem mesmo a oposição manifestou constrangimento ao integrar o acordo para eleger Rodrigues para a presidência da Câmara. O líder do PT na Casa, Arselino Tatto, afirmou que gosta muito de Natalini, mas disse que o tucano é "muito mal-humorado" e faltou com respeito aos demais vereadores ao descumprir o acordo. "Enquanto não tiver trânsito em julgado, a pessoa não pode ser considerada culpada. Nós defendemos aquilo que está na Constituição", declarou.

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