PUBLICIDADE

Rodrigo Maia dissolve diretórios para ´reconstruir´ o PFL

Deputado foi escolhido para comandar e renovar a legenda, que virou Democratas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Escolhido para renovar o velho PFL, o deputado Rodrigo Maia (RJ) assumiu nesta quarta-feira, 28, o comando do partido Democratas com o desafio de construir uma candidatura viável à Presidência da República em 2010. Com uma missão difícil pela frente, ele já programou seu primeiro ato após a posse: "dissolver os diretórios estaduais para reconstruir a legenda." Nascido no Chile enquanto seu pai, o atual prefeito do Rio de janeiro, Cesar Maia, vivia no exílio, o parlamentar de apenas 36 anos anuncia a morte de uma longa etapa partidária. "O ciclo que durou 22 anos acabou. Todos chegaram ao poder. Vai se abrir um novo ciclo no Brasil. Vamos construir nosso projeto de poder", disse ele em entrevista à Reuters. ´Carreira solo´ Mas construir um projeto próprio significa afastar-se eleitoralmente do tradicional aliado PSDB já nas disputas municipais de 2008, rompendo um acordo que dura 16 anos. Em mais de duas décadas, o PFL só lançou candidato ao Planalto em 1989. Apesar da indicação, o pefelista Aureliano Chaves obteve uma votação inexpressiva. Nos períodos seguintes, o partido viveu à sombra do tucanato. Agora, dá os primeiros passos para seguir carreira solo. "Se a gente não for competente para viabilizar isso, vamos procurar alianças para derrotar o PT." Rodrigo Maia foi escolhido presidente da legenda durante convenção que também oficializou o novo nome Democratas, outra estratégia para simbolizar a mudança. Fôlego jovem Ele instituirá diretórios provisórios que funcionarão até outubro, quando a legenda realiza eleições internas. Apesar de drástica, a decisão conta com apoio das principais lideranças do partido. "Há muitos diretórios que são controlados por políticos que já saíram do PFL", afirmou. Além do fôlego jovem, a escolha de Maia levou em conta também o passado do político de tendência liberal. Filho de um antigo militante de esquerda, ele não guarda na biografia o vínculo com o regime militar. O PFL, criado em 1985, é herdeiro da antiga Arena, sigla de sustentação de governo pós-1964. "A minha origem é distinta da dos outros integrantes do partido", disse ele. Há bandeiras e plataformas criadas especialmente para marcar este momento de transformação, sobretudo na forma. As metas iniciais serão aproximar-se da sociedade e reconquistar o Nordeste, perdido nas eleições passadas para forças menos conservadoras. Em relação ao governo, a promessa do novo dirigente é de uma oposição ainda mais aguerrida. "Vamos ser cada vez mais duros com um governo ineficiente como este", prometeu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.