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Rodrigo Garcia alega que não sabia quanto prédio ia custar

Idealizador de novo anexo, ele diz que ?licitações é que vão dando o preço?

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Por Arthur Guimarães e JORNAL DA TARDE
Atualização:

O deputado estadual Rodrigo Garcia (DEM), ex-presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo (2006-2007), negou que o novo anexo da Casa seja "um esqueleto" e afirmou que "não fazia idéia de quanto ia custar a obra". O prédio, que foi idealizado e iniciado pelo parlamentar, está com as obras paradas desde setembro e sob suspeitas de irregularidades. O Ministério Público Estadual investiga a obra. O novo anexo deveria ser entregue em março de 2007 pela Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS). Seu valor teria sido encarecido em 168% - de R$ 10 milhões para R$ 26,8 milhões. "Não tinha a menor idéia de quanto ia custar. Nem R$ 20 nem R$ 30. As licitações é que vão dando o preço", afirmou Garcia. Questionado sobre a colocação de uma placa inaugural num prédio de esqueleto cru, sem divisórias nem acabamento, poucos dias antes de deixar a presidência da Assembléia, o deputado respondeu: "Primeiro, não é tão esqueleto assim. Teve um auditório inaugurado, que depois foi fechado, não teve utilização. A placa foi da legislatura anterior, que começou e fez 70% do prédio." A empresa contratada para a obra chegou a ser acusada por Garcia de má gestão e pode ser alvo de uma comissão parlamentar de inquérito. O deputado, no entanto, garante que em nenhum momento o empreendimento saltou de R$ 10 milhões para R$ 26,8 milhões. "Tinha um objeto, um projeto básico, contratado pela Assembléia, através do arquiteto, que fez um esboço de anexo. Esse projeto básico foi orçado pela CPOS em R$ 10 milhões e alguma coisa. Só que o trabalho de construção do anexo não era isso. É, o que eu diria, o projeto executivo." Segundo Garcia, "a cobertura e ligações de um edifício a outro, mudanças no próprio prédio, jamais estiveram previstos". Garcia garante que houve economia para a Assembléia. "Eu economizei. Como fiz a obra? Com R$ 12 milhões de recursos extra-orçamentários. Ainda devolvi mais de R$ 50 milhões ao governo (do Orçamento da Assembléia), com os quais pagaria dois anexos. O que você precisa ver é a relação contratual. Em nenhum momento havia expectativa de se fazer um prédio dessas dimensões por esse preço", explica o parlamentar. "Quanto ia custar? Não sei. As licitações foram ocorrendo, empresas foram ganhando e tudo foi sendo feito. Podia ter feito um contrato ou dez. Naquele momento, optamos por esse modelo, para iniciar obras." Indagado sobre a compra dos móveis, por R$ 2, 4milhões, sem o término do prédio, ele disse que o cronograma previa a conclusão da obra para 2006. "Na minha casa eu faria isso? Óbvio que não. Mas não preciso fazer licitação."

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