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Rio tem quase 40 mil casos e a 15ª morte por dengue hemorrágica

Por Agencia Estado
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De 1º de janeiro até esta sexta-feira, o Estado do Rio de Janeiro registrou 39.502 notificações de dengue, sendo 646 da forma hemorrágica. Desse total, 29.347 casos (532 hemorrágicos) ocorreram em janeiro. Oficialmente, os óbitos por dengue chegam a 15 (12 em janeiro). A última morte, confirmada nesta sexta, aconteceu em Mesquita, na Baixada Fluminense. Para o secretário de Estado de Saúde do RJ, Gílson Cantarino, pode estar havendo um recuo na epidemia. "Se essa epidemia tiver o mesmo comportamento da de 1991, é possível que estejamos em uma curva de queda", afirmou, ressalvando que notificações atrasadas ainda podem chegar. Outras 27 mortes suspeitas estão sob investigação. Processo Cantarino anunciou nesta sexta que processará o presidente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Mauro Ricardo Costa, por calúnia e difamação, e garantiu que o governo do Estado fará o mesmo. O motivo foi uma declaração de Costa, que levantou a suspeita de "desvio" de R$ 11 milhões em verbas federais repassadas ao Estado para o combate à dengue. Cantarino negou o desvio e também qualquer tipo de intervenção no Rio. Ele disse que as ações na área da Saúde serão integradas, reunindo os governos federal, estadual e os municípios. O secretário negou que a verba de R$ 11 milhões fosse destinada ao combate exclusivo à dengue. Para este fim, afirmou, houve convênio de R$ 9,8 milhões entre Estado e União, executado integralmente. "Os R$ 11 milhões são para o combate a todas as doenças transmissíveis, como hanseníase, aids, sarampo, tuberculose e outras. O dinheiro da dengue já foi usado", garantiu. Ele disse que o governo do Estado gastou, em recursos próprios, R$ 4 milhões mensais, em 2001, contra a doença. Em janeiro foram R$ 5,2 milhões. Gastos Em nota, Cantarino diz que os R$ 9,8 milhões foram gastos com a distribuição aos municípios de 409 carros, 100 motocicletas, 111 computadores, 124 microscópios, 83 bicicletas e 5.666 flambadores, entre outros equipamentos. A verba sob investigação federal, afirma a nota, "tem sido repassada mensalmente, desde julho de 2000, em valores médios de R$ 552.000, 00". A maior parte desse valor está comprometida com a compra de seringas e agulhas. "Ainda está para nascer quem me convença de que a vacinação não é importante. Não vai ser o senhor Mauro Ricardo Costa, que nem é da área, veio de uma superintendência de pesca", criticou o secretário. "Não vou admitir a politização da epidemia. O presidente da Funasa fez duas reuniões em Brasília, não comunicou ao governo do Rio, e agora nos acusa de omissão. Creio que haja um descompasso entre a leviandade e a irresponsabilidade do senhor Mauro Ricardo Costa e o Ministério da Saúde", afirmou Cantarino, que garantiu ter boas relações com o novo ministro, Barjas Negri. Na segunda-feira, cinco mil bombeiros começam a ser treinados para a luta contra a dengue.

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