Rio quer distribuir remédio contra o colesterol

Por Agencia Estado
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A partir de março, 80 mil pessoas no município do Rio de Janeiro vão receber gratuitamente um medicamento para reduzir o colesterol. A promessa é do secretário municipal de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho. De acordo com o médico João Manuel Pedroso, assessor técnico do secretário, o remédio pode reduzir em até 50% o índice de colesterol. Coelho ainda não sabe qual será o custo do programa, mas está em negociações com a Fundação Oswaldo Cruz para que o órgão produza um genérico para o município. A verba anual da secretaria é de R$ 1,2 bilhão e o gasto com medicamentos fica em torno de R$ 60 milhões. "Quero comprar o genérico mais barato possível, de preferência da Farmanguinhos (laboratório da Fiocruz), para massificar o tratamento nos grupos de risco", afirma o secretário. A caixa com 30 unidades do Liptor, medicamento usado por Coelho, custa em média R$ 70. Ele espera conseguir baratear o custo do tratamento mensal para até R$ 8,00 por pessoa. "A intenção é reduzir taxas de mortalidade e proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas. Um diabético jovem, que controle o nível de gordura, ganha 10 anos de sobrevida", disse o secretário. O alto nível de gordura no sangue é uma das principais causas das doenças como o enfarte, acidente vascular cerebral e até a impotência sexual. Pedroso alerta, porém, que o remédio não deverá ser indicado para qualquer paciente. Problema sério - Os grupos de risco são os que apresentam fatores associados, como hipertensão, diabete, fumo, histórico familiar de doenças cardiovasculares. "Um diabético hipertenso que fuma e tem colesterol alto, daqui a pouco vai ter algum problema sério", observa o assessor. Ele adverte, no entanto, que o uso do medicamento deve ser acompanhado de um tratamento, que inclui dieta e exercícios físicos. O economista Antônio Mastrangelo, de 50 anos, considera a iniciativa "válida". Há três meses, ele, que é hipertenso, sofreu um princípio de enfarte. A partir de então, passou a cuidar melhor da alimentação e do físico. E também a gastar com os remédios. Para controlar a gordura, toma o Atenol. "Tomo cinco remédios por dia. A caixa de cada um custa em média R$ 40." Já o professor aposentado Fideli Filho, de 63, ainda não toma remédios, mas tem o nível de colesterol bastante elevado. Ele não faz dieta nem exercícios regulares. "É hereditário. Meu pai teve problema de colesterol e coração." O medicamento escolhido pela prefeitura tem como principio ativo a sinvastatina, e atua inibindo a síntese do colesterol. Coelho explica que o medicamento já possui genérico e, de acordo com estudos realizados em outros países, é bastante eficaz. O remédio será incluído na Licitação de Registro de Preços de Medicamentos, em janeiro.

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