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Rio alerta cônsulados;Côrtes ainda vê epidemia de dengue no auge

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Por PEDRO FONSECA
Atualização:

A preocupação com a epidemia de dengue levou o governo do Rio de Janeiro a reunir representantes de 35 países, nesta sexta-feira, para alertar sobre a doença, após a repercussão internacional das 87 mortes já confirmadas no Estado em decorrência do surto. Dois turistas portugueses foram contaminados no mês passado quando estavam de férias no Rio, e países como França e Estados Unidos emitiram alertas pela Internet a seus cidadãos sobre os riscos da epidemia. Desde o início do ano, foram notificados 93.498 casos de dengue no Estado do Rio, mais de 53.000 deles na capital. Entre as 87 mortes, 52 foram na cidade. Recentemente, turistas norte-americanos desembarcaram no Rio com repelente na bagagem, alertados por informações de escassez do produto nas farmácias em decorrência da doença. "Recebemos telefonemas (de franceses) que perguntam sobre a doença. Nós informamos que a epidemia continua, mas que podem vir tranquilamente desde que tomem algumas medidas de precaução, como usar repelente", disse a jornalistas o cônsul-geral da França no Rio, Hugues Goisbault, anfitrião do evento que contou com representantes de Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Itália, Japão, entre outros. O secretário de Saúde e Defesa Civil do Estado, Sérgio Côrtes, foi o encarregado pelo governador Sérgio Cabral para fazer uma apresentação sobre a doença e responder às dúvidas dos estrangeiros. Apesar da redução das filas nos hospitais e postos de atendimentos nos últimos dias, Côrtes descartou que esteja havendo uma redução da epidemia. Segundo ele, houve uma organização do atendimento com a instalação das tendas de hidratação e dos hospitais de campanha das Forças Armadas. "Antes você tinha o hospital recebendo tudo, hoje temos os centros de hidratação. Tiramos aquele volume de pacientes das portas dos hospitais", disse ele após o encontro. "Estamos no ápice da epidemia, com tendência de declínio, mas isso não é motivo ainda para comemorar absolutamente nada." Representantes de países como Honduras e Panamá, onde a dengue também é um problema para a população, disseram que seus cidadãos conhecem as formas de prevenção da doença e por isso não vêem problemas ao vir para o Rio. De acordo com o cônsul-geral-adjunto da França, Cédric Prieto, os franceses conhecem a dengue, "porque há casos também na Guiana Francesa". Entre os cerca de 6.000 cidadãos franceses residentes no Rio, o consulado tem informação de dois casos de dengue em adultos, ambos sem maior gravidade. O cônsul-geral Goisbault garantiu que a epidemia não afetou em nada o número de turistas franceses que desembarca no Rio, acrescentando que "nunca os vôos estiveram tão cheios".

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