Rigotto diz que assédio de Lula desrespeita o PMDB

"Não podemos mais conviver, no País, com o uso da máquina pública para fazer cooptação política, pois a sociedade brasileira já está farta de impunidade, acordos obscuros e compra de votos", disse.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, pré-candidato pelo PMDB à presidência da República, não gostou nem um pouco das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante viagem ao Chile, de que pretende "assediar" o partido para conseguir o apoio da legenda para sua reeleição. Segundo informações divulgadas por sua assessoria, Rigotto disse que "o presidente Lula está desrespeitando a história do PMDB e o espírito peemedebista ao falar abertamente que irá assediar nosso partido. Ele parece que já esqueceu dos erros cometidos para conquistar sua base política, as denúncias de ´mensalão´ e a forma obscura que se relacionou com o Parlamento nacional". As declarações foram feitas em Curitiba (PR), durante encontro com militantes de lideranças do PMDB no Paraná, entre eles o governador Roberto Requião. "Não podemos mais conviver, no País, com o uso da máquina pública para fazer cooptação política, pois a sociedade brasileira já está farta de impunidade, acordos obscuros e compra de votos", disse, segundo sua assessoria de imprensa. Ainda de acordo com assessores, Rigotto lembrou que o PMDB encontra-se em um momento de decisão sobre o seu próprio futuro, numa grande prévia para escolher o seu candidato à presidência da República. "Nós teremos, sim, uma candidatura própria. Com verticalização ou não. Com assédio ou não. Vamos provar porque somos o maior partido do país, com nove governadores, a maior bancada no Senado, a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados, mais de mil prefeitos e oito mil vereadores." Verticalização Rigotto, segundo assessores, teria voltado a afirmar que há uma análise equivocada sobre o peso da verticalização no atual momento político. "Não consigo entender aqueles que buscam incessantemente afirmar que o PMDB é quem perderia com a verticalização. Se nós temos a maior estrutura partidária do país, por que seríamos nós quem perderíamos?", questionou. Para o governador licenciado do Rio Grande do Sul, a verticalização deveria ser estabelecida no bojo de uma ampla reforma política. "Sou contra a verticalização desta forma, pois ela precisa ser fruto de uma mudança necessária nos sistemas partidário e eleitoral, que venha a fortalecer os partidos e imprimir regras mais claras no processo eletivo do país", disse. No encontro regional do partido, Rigotto, segundo sua assessoria, foi saudado por Requião, que ressaltou a longa trajetória conjunta dos dois peemedebistas. "O governador gaúcho é um dos quadros mais sérios da política nacional, um candidato que honraria o palanque de qualquer governo neste Brasil e que poderá trazer uma visão de Nação e não de mercado para os brasileiros", declarou. Requião afirmou que as manifestações dos convencionais do partido em seu estado demonstram que o PMDB do Paraná apóia a candidatura de Germano Rigotto. "As manifestações dos nossos convencionais só confirmam que o PMDB do Paraná está fechado com Rigotto nas prévias do partido e para a presidência da República".

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