Revisor absolve ex-secretário do PTB de corrupção

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Por Ricardo Brito
Atualização:

O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta pela absolvição do ex-secretário-geral do PTB Emerson Palmieri dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lewandowski considerou que não há provas de que Palmieri tenha ajudado o presidente do partido, Roberto Jefferson, e o ex-deputado federal pelo PTB Romeu Queiroz (MG) a praticar o crime de corrupção passiva.Ao citar uma série de depoimentos, o revisor disse que, embora tenha participado de algumas operações com o esquema de Valério, Palmieri não era tesoureiro do PTB, nem sequer cuidava das finanças do partido. Lewandowski afirmou que teve "mais dúvidas do que certezas" ao analisar a participação de Palmieri no esquema. Palmieri fez uma série de saques para a cúpula do partido.O ministro afirmou que a situação é complexa porque o ex-secretário do PTB era uma "pessoa onipresente, era quase que uma alma do partido". Mas, na avaliação de Lewandowski, ele não colocou a "mão no dinheiro, era coadjuvante". "Não obstante o vasto conjunto probatório, restam dúvidas sobre participação dele nos delitos", observou.Lewandowski disse ainda que a viagem de Palmieri, Valério e Rogério Tolentino, ex-advogado das empresas do publicitário, a Portugal em 2005 não teve "natureza política". O Ministério Público sustenta que a viagem tinha como objetivo levantar 8 milhões de euros da Portugal Telecom para quitar dívidas da campanha municipal de 2004 do PTB e do PT. Para o ministro, a viagem teve outro propósito: assegurar que a agência de Valério manteria a conta de publicidade da Telemig, empresa que poderia ser comprada pela Portugal Telecom, através da Vivo no Brasil.O revisor disse que também não houve provas de que ele tenha cometido lavagem de dinheiro nas operações financeiras. Ao final do voto, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, afirmou que considera "esdrúxula" a viagem feita pelo trio. Ele ressaltou que cabe aos ministros interpretar o que está por trás dessa "bizarra viagem".

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