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Reunião entre PM, MBL e CUT termina em impasse sobre manifestações na Paulista

Cabe agora a promotoria do Ministério Público emitir recomendação para os grupos envolvidos e para o poder público

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Por Gilberto Amendola
Atualização:

A reunião entre a Polícia Militar e membros do Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados Online e Central Única dos Trabalhadores (CUT) sobre manifestações na avenida Paulista no próximo dia 24 de janeiro, data do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF4), terminou em impasse. Grupos pró e anti-Lula se reuniram por quase duas horas na sede do Comando de Policiamento Metropolitano 1 (área centro da Capital) na manhã desta quarta-feira, mas não chegaram a nenhum acordo sobre mudanças de local e horário de seus respectivos atos.++ Economista carioca faz greve de fome em solidariedade a Lula Sem possibilidade de avanço no diálogo entre entidades interessadas, a Polícia Militar optou por comunicar o Ministério Publico que a realização dos atos no mesmo horário e local “implicaria em ameaça quanto à integridade física e segurança dos participantes.” A assessoria de imprensa do Ministério Público informou que até o início da noite de ontem não havia sido protocolado uma comunicação oficial da PM – mas, que assim que ela ocorresse, a questão seria analisada e caberia a Promotoria emitir uma recomendação aos grupos envolvidos e ao poder público.

MBL e CUT disputam Avenida Paulista para manifestações no dia do julgamento do ex-presidente Lula Foto: Pedro Venceslau/Estadão

MBL e Revoltados Online, que protocolaram o pedido para ocupar a Avenida Paulista no dia 18 de dezembro, não concordaram em alterar os horários de manifestação ou o local em que elas estavam previstas. Como o pedido da CUT foi feito apenas no dia 8 de janeiro, os movimentos anti-Lula teriam preferência de escolha. “Nós tentamos um acordo. A gente propôs mudança de horário ou até na chegada dos manifestantes por lados diferentes da Avenida. Ainda assim, o MBL não aceitou. Esse grupo está agindo deliberadamente para evitar que grupos pró-Lula se manifestem livremente”, disse o presidente da CUT Estadual, Douglas Izzo. Já o coordenador do MBL, Kim Kataguiri, disse não aceitar um acordo por considerar “arriscado deixar uma mobilização da CUT marcada para o mesmo local com apenas uma hora de diferença para o nosso”. Segundo Kataguiri, “a CUT nunca cumpriu nenhum acordo feito com o MBL nessas reuniões com a polícia”.++ Polícia quer fechar prédios públicos para julgamento de Lula O pedido dos Revoltados Online e e do MBL era para que a Paulista fosse liberada para as manifestações das 10h às 20h, em frente ao Masp. Já o ato da CUT está marcado para acontecer às 17h, em frente ao prédio da Fiesp. Após a reunião, os grupos continuaram confirmando suas manifestações para a avenida Paulista. O MBL garante que irá realizar o ato, em parceria com o movimento Nas Ruas, e que, entre outras coisas, irá levar o Pixuleco de 13 metros de altura (imagem de Lula como presidiário). Já Izzo, presidente da CUT, afirma que manterá a mobilização, mas irá levar a discussão para uma reunião com as outras entidades envolvidas na manifestação (Brasil Popular e Povo Sem Medo) nessa quinta-feira. Segundo Izzo, “ainda não existe um plano B para a Avenida Paulista”.