Réu do mensalão está envolvido em mais 3 processos

Anderson Adauto, atual prefeito de Uberaba (MG) é acusado de improbidade administrativa e irregularidades em concurso

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Por Redação
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Um dos réus cuja defesa é apresentada nesta terça-feira, 14, no Supremo Tribunal Federal durante o julgamento do mensalão, o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PMDB) está às voltas com uma série de outros problemas judiciais. Atual prefeito de Uberaba, no Triângulo Mineiro, o peemedebista acaba de ser condenado a três anos de prisão em regime aberto por irregularidades em concurso realizado no município, responde a pelo menos mais dois processos de improbidade administrativa e ainda é acusado de fraudar licitação por meio da qual deveriam ser investidos R$ 20 milhões em recursos federais para compra de medicamentos e equipamentos odontológicos e de enfermagem. O golpe mais recente no peemedebista foi dado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A 2ª Câmara Criminal da corte condenou Adauto por irregularidades ocorridas em um concurso realizado em 2006 para contratação de 152 agentes comunitários de Saúde. Segundo o processo, indicados por vereadores teriam sido classificados mesmo sem a pontuação necessária. O esquema foi denunciado ao Ministério Público Estadual (MPE) pelo ex-secretário de Saúde Alaor Oliveira Júnior, o que levou a Justiça a cancelar o concurso.O TJMG, porém, converteu a pena em pagamento de dez salários mínimos a entidade ainda a ser indicada pela Justiça, além da proibição de o peemedebista exercer cargo público ou eletivo pelo período da pena. Além de Adauto, foram condenados um secretário municipal e uma funcionária da prefeitura, também a pagamento de multa e às mesmas proibições. A fraude já rendeu ao ex-ministro condenação em primeira instância por improbidade administrativa, que também restringe direitos, inclusive o de disputar uma eleição. O prefeito recorreu e, segundo o TJMG, ainda não há prazo previsto para análise do caso.Enquanto tenta reverter as sentenças, o peemedebista já prepara defesa para ao menos mais um processo criminal que deve enfrentar. A delegacia da PF em Uberaba indiciou o prefeito - que está no segundo mandato e briga com o PMDB local por causa da indicação para sua sucessão - , representantes de uma empresa da área médica e cinco funcionários da prefeitura por fraude na licitação em convênio com o governo federal. Adauto responde a outro processo por improbidade na Justiça Federal também por causa do procedimento.Mesmo com todos os problemas legais, o ex-ministro já planeja disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2014. Ele recusou os pedidos de entrevista do Grupo Estado, mas revelou seus planos ao Jornal de Uberaba. Em entrevista publicada pouco antes do início do julgamento do mensalão, Adauto contou que já procura imóvel em Belo Horizonte "para ter condições de ir a Brasília sempre que precisar". E que, apesar das acusações, afirmou que pode ajudar seu sucessor com a "experiência política e boa relação em Brasília". "Até mesmo porque vou me candidatar a deputado federal em 2014", disse. Defesa. Uma das advogadas de Adauto, Roberta Toledo Campos, contesta as investigações da PF e do MPF no caso da licitação. Ela disse que o valor do contrato investigado é R$ 15 milhões e alega erros em perícias feitas pelo MPE, que não teriam levado em conta preços de mercado, e da Polícia Federal, que, segundo a advogada, encontrou indícios de superfaturamento de R$ 35 mil em alguns produtos, mas não considerou a economia obtida em relação a outros. O Grupo Estado também tentou falar com o advogado José Sad Júnior, que faz a defesa de Adauto na ação criminal no TJMG, mas ele não retornou as ligações. A assessoria do prefeito informou que, por orientação do advogado Roberto Pagliuso - que faz a defesa do peemedebista no STF -, ele só vai se pronunciar após o fim do julgamento do mensalão.

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