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Retrospectiva 2011: Kassab lança partido que não é nem 'de direita, de esquerda, nem de centro'

Partido criado em tempo recorde flerta com governo e com oposição

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Por Redação
Atualização:

Com um período de gestação recorde, o PSD - inicialmente definido como partido nem "de direita, de esquerda, nem de centro", passou a assumir espaços entre os protagonistas da política brasileira. Em sete meses e a um ano de suas primeiras eleições municipais, também passou a ser uma das siglas mais cortejadas e alvejadas do período de pré-campanha.

 

 

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Em janeiro de 2011, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (então no DEM), avisou a aliados que migraria para o PMDB. Kassab, assombrado pelas ameaças de seu partido, que pretendia pedir à Justiça a devolução do mandato, identificou na fundação de um novo partido uma alternativa.

 

A ideia era fundir a nova sigla, então batizada de Partido Democrático Brasileiro (PDB) ao PSB antes das eleições municipais de 2012. Mas, em meados de março, o PSB deu sinais de que descartaria a fusão antes das eleições, consolidando um rumo independente à legenda de Kassab. No dia 23 de março, Kassab lançou oficialmente a legenda com novo nome: Partido Social Democrático (PSD). Desde os primeiros momentos, Kassab indicou que se afastaria da postura do DEM diante do governo federal e que poderia se aproximar da presidente Dilma Rousseff.

 

A sigla atraiu outros democratas insatisfeitos, como o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o vice-governador de São Paulo Guilherme Afif Domingos, a senadora Kátia Abreu, e o ex-deputado e candidato a vice-presidência na chapa de José Serra nas eleições de 2010, Indio da Costa.

 

A criação do PSD foi um golpe para a oposição formada por PSDB, DEM e PPS, que reagiu à movimentação de Kassab e seus novos aliados. Em abril, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), respondeu à articulação de Kassab para formar o PSD e tirou do vice-governador Guilherme Afif (ex-DEM e a caminho do PSD) a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Kassab atraiu também nomes como o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que, apesar de cotado para a Prefeitura de São Paulo, nega intenção de se candidatar.

O registro do partido no Tribunal Superior Eleitoral foi capítulo à parte na curta trajetória do partido. A busca pela documentação necessária foi marcada por suspeitas de irregularidades, entre elas a de uso de funcionários municipais na coleta de assinaturas de eleitores. Mesmo assim, o processo foi adiante e o número escolhido para representar a sigla foi o 55.

 

Antes mesmo de "estrear", o PSD demonstrava uma vocação governista, tanto nos Estados quanto em Brasília. Um levantamento do 'Estado' mostrou que o partido seria aliado de dois a cada três governadores: estaria ao lado de 18 dos 27 mandatários estaduais. Na Câmara dos Deputados, seus parlamentares ajudaram a aprovar o projeto da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Por outro lado, a sigla recusou o convite do governo federal para participar da reunião semanal de partidos aliados na Câmara.

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