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Requião ataca pai de prefeito e é chamado de ´covarde´

Governador acusou antecessor José Richa em evento público transmitido pela TV

Por Agencia Estado
Atualização:

Durante dois anos o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), vão conviver com a relação pessoal, que foi boa no passado, abalada. Os dois romperam politicamente na terça-feira, 13, depois que Requião usou um evento público transmitido pela TV Educativa do Estado para fazer graves acusações contra o pai do prefeito, o ex-governador José Richa, já morto. O prefeito postou em seu site uma carta intitulada Deixe de ser covarde, Requião, na qual afirmou que o governador deu uma "demonstração de desequilíbrio". Requião ficou furioso, ao chegar a um evento com o secretariado e ser abordado por um oficial de Justiça que foi notificá-lo de uma audiência do processo por calúnia que lhe move a jornalista Cila Schulman. Ele acusou a jornalista, em 2003, de ter recebido R$ 10 milhões de um empreiteiro, como pagamento da campanha de Beto Richa para o governo do Estado em 2002. Na primeira audiência, no primeiro semestre de 2006, Requião não foi, mas seu advogado minimizou a acusação, afirmando que o governador não quis caluniar a jornalista. Na terça, o governador abriu a reunião com os secretários dizendo o contrário do que seu advogado declarara em juízo. Afirmou que o empreiteiro Darcy Fantin teria pago a Cila a pedido do ex-governador Richa e do ex-deputado Euclides Scalco, ambos do PSDB. Beto Richa usou um devastador conjunto de adjetivos para devolver a acusação: chamou Requião de leviano, histérico, caluniador e ensandecido. O governador disse ter ouvido essa versão do próprio Fantin. Acusou o irmão de Beto Richa, José Richa Filho, então diretor do DER-PR, de ter mandado pagar R$ 10 milhões ao empreiteiro Fantin, por conta de uma obra rodoviária. O prefeito rebateu: disse que os pagamentos feitos foram aprovados por um colegiado do DER-PR e referendados pela Justiça. E cobrou: "Nem uma palavra sobre um de seus primeiros atos de governo em 2003, quando nomeou José Richa Filho para a Agência de Fomento." Na carta, o prefeito de Curitiba deixa claro que sua maior revolta foi Requião fazer a acusação contra o seu pai, que não pode mais se defender. E alinhou: "Com minha família, senhor inquilino palaciano, o senhor não terá o silêncio que costuma ter junto de seus auxiliares, que por vezes têm medo de suas constantes loucuras públicas." Na carta postada em seu site, Beto Richa disse que também vai processar Requião pelo mesmo fato e ironizou as constantes brigas do governador: "Num passado recente, a repetição de seus chiliques públicos forjou uma imagem folclórica."

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