Representação do PT no MP é 'eleitoreira', diz PSDB

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O líder do PSDB na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Barros Munhoz, chamou de "grosseiramente eleitoreira" a decisão da bancada do PT de pedir ao Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) que apure supostas irregularidades em contratos firmados entre governos tucanos e a Siemens. Em entrevista à Agência Estado, Barros Munhoz disse que a representação entregue hoje pelo PT ao MPF é uma tentativa de atingir o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, governador na época das supostas irregularidades. "É uma estranha porém compreensível coincidência o fato de eles só suscitarem isso agora, a 60 dias das eleições, quando a candidata do PT, Marta Suplicy, disputa palmo a palmo com o candidato do PSDB", disse o deputado, em referência às pesquisas de intenção de votos, em que Marta aparece em primeiro lugar, mas tecnicamente empatada com Alckmin. Segundo Barros Munhoz, qualquer irregularidade apontada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) deve, depois de votação na Assembléia, ser enviada ao MP. "Os deputados não podem atribuir a si uma função de fiscalizar melhor que o TCE, a Polícia e o MP", disse o líder do PSDB. "Se o PT não consegue aprovar (em votação na Alesp) o envio ao MP é porque eles próprios não deixam a Assembléia funcionar." O argumento do PT é que o governo tucano tem ampla maioria na Casa e é praticamente impossível aprovar, em plenário, qualquer matéria que contrarie os interesses do PSDB. O líder do PT na Alesp, deputado Roberto Felício, negou a intenção eleitoreira na atitude de sua bancada. "É uma saída muito fácil para o PSDB dizer isso", afirmou. "Vamos continuar falando do ex-governador (Alckmin) e não discutiremos calendário eleitoral. Não temos nenhuma acusação contra o candidato, mas sim um processo investigativo sobre o ex-governador, que é o que nos cabe." CPI Barros Munhoz não acredita em abertura de uma CPI para apurar supostas irregularidades envolvendo a Siemens e o governo do Estado. "Isso é papo", disse. "Alguém tossiu na Índia, o PT quer CPI, como se fosse solução para tudo." Os petistas começaram hoje a colher assinaturas para tentar instalar essa comissão. "Eles querem fazer uso político da CPI", afirmou o tucano. Questionado sobre o que a bancada do PSDB faria, caso irregularidades semelhantes fossem apontadas pelo TCE em um governo petista, Munhoz admitiu: "Se fosse um contrato específico, com evidências, e que não estivesse sob o crivo do MP, seria válida uma CPI".

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